Cientistas descobrem que fuligem urbana liberta gases poluentes

A sujidade escura que se acumula na superfície dos edifícios urbanos, e que se sabe que “absorve” gases poluentes, afinal devolve uma parte destes para o ambiente.

Um grupo de cientistas do Canadá e da Alemanha anunciaram que a fuligem acumulada nas superfícies das cidades, quando entra em contacto com a luz do sol, liberta nitrogénio sob duas formas.

Uma das formas é o poluente tóxico dióxido de nitrogénio (NO2); outra é o ácido nitroso (HONO ou HNO2). Este último elemento é importante na formação do ‘smog’ fotoquímico nas cidades.

“Em vez de serem um sorvedouro permanente para os gases de óxidos de nitrogénio, as fuligens expostas à luz do sol podem voltar a libertar estes gases novamente para a atmosfera urbana”, indicou à BBC o coordenador da pesquisa, James Donaldson, professor de química na Universidade de Toronto, no Canadá.

A descoberta foi divulgada durante a conferência da Sociedade Química Americana, em Boston.

O investigador trabalhou com conjunto com um grupo de cientistas alemães, em Leipzig. Os resultados do estudo podem ajudar a explicar uma parte do ‘smog’ que se forma sobre Londres, cuja origem estava ainda por explicar, indicou por seu turno James Lee, da Universidade de York.

 

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.