Cinco gansos-patolas em centro de reabilitação de animais marinhos

Os gansos-patolas, que são a maior ave marinha que ocorre em águas portuguesas, deram entrada na semana passada no Centro de Reabilitação de Animais Marinhos de Quiaios (na Figueira da Foz).

 

O centro “tem casa cheia”, dizem os responsáveis. As aves foram encontradas por nadadores-salvadores, veraneantes ou por pescadores nas praias do Poço da Cruz (Mira), do Pedrógão (Leiria), da Costinha e de Quiaios (Figueira da Foz) e ainda no Porto de Abrigo da Nazaré.

Um dos animais estava preso numa asa por anzóis de pesca desportiva, outro tinha uma laceração na asa direita e um terceiro tinha um ferimento na pata esquerda devido a um emalhamento em restos de bóia de pesca. No centro está ainda um ganso-patola que deu à costa emaranhado numa rede e outro que foi encontrado com fios de algodão no bico e pescoço.

O ganso-patola (Morus bassanus), que também é conhecido por alcatraz-comum, é a maior ave marinha que ocorre em águas portuguesas, ao longo de toda a costa. Nesta altura do ano são as aves imaturas que estão por cá. Quando chegar o Outono, lá para Outubro, começam a chegar as aves adultas vindas das suas colónias europeias, nomeadamente do Reino Unido. Podem estar apenas de passagem por Portugal – a caminho do Mediterrâneo ou de África – ou podem mesmo passar aqui o Inverno.

Apesar de nunca pousarem em terra firme, a não ser quando estão doentes ou debilitados, é possível observarmos estas aves a partir da costa.

 

[divider type=”thin”]Agora é a sua vez.

Se encontrar um animal marinho arrojado, contacte o Centro de Quiaios: 91.961.87.05

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.