Drone vai ajudar a monitorizar linces-ibéricos

A Andaluzia vai testar um drone para monitorizar o lince-ibérico, foi anunciado nesta segunda-feira. Actualmente, este felino é vigiado por foto armadilhagem e rádio-colares, no âmbito do projecto Iberlince.

 

A 28 de Dezembro, o conselheiro andaluz do Meio Ambiente e Ordenamento do Território, José Fiscal, assinou um Acordo de Colaboração com as empresas Enel Green Power España e Microsensory para o desenvolvimento de um protótipo de drone.

O acordo, que tem um ano de duração, pretende “avançar no seguimento dos linces-ibéricos com radiomarcadores reintroduzidos na natureza, no âmbito do Programa de Recuperação impulsionado pela Junta de Andaluzia”, escreve a Junta em comunicado.

O governo andaluz dará o seu conhecimento técnico-científico e validará o funcionamento do drone, a Enel Green Power España vai financiar o projecto – com 20.000 euros – e a Microsensory vai concretizá-lo.

Até agora, o Iberlince faz a monitorização dos felinos por foto armadilhagem e rádio-colares. “Através da foto armadilhagem pode determinar-se os movimentos dos exemplares, determinar-se o seu estado físico e a sua ocupação no território”, explica o projecto Iberlince.

Além disso, são usados dois tipos de rádio-colares: “os GPS que dão uma informação precisa do local onde se encontram os linces e, que nos permite estudar não só o espaço, mas também as vias de ligação entre núcleos populacionais; e os colares convencionais ou VHF. Estes últimos são menos precisos, estando bastante condicionados pela orografia do terreno sendo necessário conhecer-se a localização aproximada dos linces”, acrescenta.

Agora, este protótipo de drone terá um receptor específico para receber o sinal dos colares. “Mediante um software específico será possível localizar os exemplares, o que facilitará o trabalho de monitorização, minimizando os custos com veículos, combustíveis e tempo.” Acima de tudo, “permitirá um conhecimento mais aprofundado de todos os movimentos dos exemplares”.

O Iberlince garante que este novo sistema “não provoca qualquer interferência nos animais”, uma vez que sobrevoa a uma altura que o impede de ser detectado pelos linces.

 

[divider type=”thin”]Saiba mais sobre o que se está a preparar para 2016 na conservação do lince-ibérico aqui.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.