EUA lançam plano para travar declínio das borboletas-monarca

O Serviço norte-americano de Vida Selvagem anunciou nesta segunda-feira em conferência de imprensa  em Washington um acordo para criar uma rede de parceiros que ajudem a proteger a borboleta-monaca e a restaurar os seus habitats nas áreas por onde passa nas suas migrações entre o México e o Canadá.

Além disso, anunciou 3,2 milhões de dólares (cerca de 2,8 milhões de euros) para financiar projectos de conservação; deste bolo, dois milhões de dólares (cerca de 1,7 milhões de euros) deverão apoiar projectos de restauro em cerca de 81.000 hectares de habitats, incluindo mais de 750 pátios de escolas e jardins. O restante será para criar um fundo de conservação para dar subsídios a agricultores e gestores de terrenos para que conservem os habitats.

Entre as acções previstas está a plantação de flores selvagens com néctar do que as borboletas se alimentam.

Nos últimos anos, o número de borboletas-monarca (mil milhões em 1996) registou um declínio de cerca de 90% devido à perda de habitat por causa da agricultura e construção.

“Nós podemos salvar a borboleta-monarca na América do Norte, mas apenas se agirmos depressa e se estivermos unidos”, disse Dan Ashe, director daquele Serviço, em comunicado. “Queremos envolver todos os americanos, desde as escolas a grupos comunitários e governos (…). Juntos vamos criar oásis para as monarcas por todo o país.”

Este anúncio surge numa altura em que a Administração norte-americana está a avaliar se será necessário, ou não, classificar a borboleta-monarca como espécie ameaçada na legislação dos Estados Unidos. Essa avaliação deverá ainda demorar cerca de um ano a estar concluída.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.