Gineta recuperada e devolvida à natureza no Algarve

Uma gineta (Genetta genetta) foi devolvida à natureza no domingo na zona de Santa Catarina, Tavira, depois de ter sido tratada dos ferimentos causados por ter caído num poço.

 

O animal deu entrada no RIAS – Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens da Ria Formosa, na Quinta de Marim (Olhão), depois de ter sido encontrada num poço.

A gineta “encontrava-se bastante magra e desidratada e com feridas graves”, escreve o RIAS. Um dos olhos estava cego e com a córnea perfurada tendo sido necessário proceder a uma intervenção cirúrgica para o remover. As patas estavam com feridas e com as unhas gastas pelo esforço que deve ter feito para tentar sair do poço.

No final da recuperação (com a pata e o olho já sarados) foi colocada numa câmara exterior para treinar a caça. Foi devolvida à natureza por técnicos e voluntários do RIAS.

No mesmo dia, o centro também devolveu à natureza um mocho-galego (Athene noctua). A ave tinha sido encontrada por um particular na zona de Loulé quando ainda era uma cria que tinha caído do ninho. “Foi necessário alimentá-lo até que crescessem todas as penas necessárias ao voo”, acrescenta o RIAS. A ave foi libertada pela mesma pessoa que o encontrou.

Ao longo do ano passado, este centro fez cerca de 200 acções de devolução à natureza de animais recuperados. Estas acções envolveram cerca de 1800 pessoas, desde estudantes à população local.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.