Grupo Lobo conseguiu dinheiro para comprar terrenos do Centro de Recuperação do Lobo Ibérico

A campanha “Não deixem o Lobo Ibérico Sem Abrigo” conseguiu angariar o dinheiro necessário para o Grupo Lobo adquirir os terrenos onde está instalado o Centro de Recuperação do Lobo Ibérico, no concelho de Mafra.

O Grupo Lobo, uma organização não governamental de ambiente (ONGA) ligada à Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, anunciou hoje o sucesso da campanha para angariação do dinheiro que era ainda necessário para a compra dos terrenos onde o Centro de Recuperação do Lobo Ibérico (CRIL) está instalado desde 1987, quando foi criado. Actualmente vivem no centro 14 lobos-ibéricos (Canis lupus signatus).

Uma das principais acções no âmbito desta campanha foi uma acção de ‘crowdfunding’ no portal Indiegogo, que terminou no início de Julho e permitiu a angariação de 78% do dinheiro necessário, num total de 47.850 dólares (cerca de 42.000 euros) doados por 1242 pessoas.

O Grupo Lobo tem também lançado outras iniciativas, como uma campanha de donativos através de chamadas telefónicas e parcerias com empresas que vendem produtos com imagens dos lobos do centro.

“No presente, estamos a efectuar as diligências necessárias para procedermos ao pagamento do valor ainda em dívida e a transferência da posse do terreno para o Grupo Lobo”, indicou hoje a organização.

Já há três anos, numa campanha de ‘crowdfunding’ lançada em 2012, o grupo tinha juntado 71.300 dólares (62.699 euros) doados por mais de 1700 pessoas, que ajudaram a pagar uma primeira parcela necessária para assegurar que os terrenos onde está instalado o centro de recuperação não teriam de ser abandonados.

O CRIL é o único centro do género em Portugal e tem como objectivo ser um santuário para lobos ibéricos que já não podem viver em liberdade. Ocupa uma área total de 17 hectares, com 11 cercados que se distribuem por uma área de 4,49 hectares.

O centro acolhe também visitas e tem em curso um programa de adopções simbólicas que abrange 10 lobos, três dos quais nascidos em liberdade e os restantes sete em cativeiro.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.