Ilustrador espanhol distinguido nos Prémios para a Conservação da Biodiversidade

Os 38 anos de carreira do biólogo e ilustrador de vida selvagem Juan Varela, foram distinguidos na Xª edição destes prémios, organizados pela Fundação BBVA, na categoria Difusão do Conhecimento e Sensibilização em Conservação da Biodiversidade.

 

O júri, que divulgou os vencedores do prémio a 11 de Setembro, salientou “as suas representações realistas de animais e de plantas que se têm reproduzido numa ampla variedade de suportes”. Juan Varela começou o seu caminho como artista em 1976 como colaborador do grande naturalista espanhol Felix Rodríguez de la Fuente. Desde então, publicou 18 livros, entre eles guias de campo de aves e mamíferos.

“O seu permanente contributo para o ensino de novos ilustradores garante a continuidade de uma disciplina artística da maior importância para divulgar na sociedade o valor da diversidade biológica”, acrescenta o júri.

Numa entrevista à Wilder em Maio deste ano, Juan Varela defendeu que o desenho de natureza tem um papel na conservação. “Para apreciar a natureza e contribuir para a sua conservação é preciso conhecê-la e a pintura e a ilustração aproximam-nos do seu conhecimento. Não há melhor obra de arte do que a natureza”.

Os prémios distinguiram ainda a Fiscalía Coordinadora de Meio Ambiente y Urbanismo, na categoria Actuações em Espanha, pelo combate aos delitos ambientais e protecção da biodiversidade.

Na categoria de Actuações na América Latina, o vencedor foi o Fundo Mexicano para a Conservação da Natureza, por quase dez anos de conservação da borboleta-monarca (Danaus plexippus).

O objectivo dos Prémios BBVA para a Conservação da Biodiversidade é “estimular o conhecimento, a acção e a sensibilização para a ecologia e biologia da conservação”, segundo um comunicado. “Apostam em pessoas e instituições que conseguem avançar no conhecimento da crise da biodiversidade e que, além disso, são capazes de mobilizar esse saber, traduzindo-o em acção informada no terreno, ou na opinião pública, através da difusão e sensibilização”, acrescenta.

O júri é composto por investigadores científicos, comunicadores e organizações não governamentais dedicadas à preservação da biodiversidade.

Os prémios têm um valor de 580 mil euros, distribuídos pelas três categorias.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.