Mais de 700 tartarugas protegidas apreendidas em Madagáscar

As autoridades alfandegárias descobriram 771 tartarugas de espécies protegidas escondidas em duas caixas de madeira no aeroporto internacional de Antananarivo, em Madagáscar.

 

A apreensão das tartarugas, endémicas de Madagáscar, aconteceu a 29 de Setembro quando as autoridades e a polícia faziam o controlo de rotina das bagagens no aeroporto. Foi a maior apreensão do género naquele aeroporto, diz a polícia.

Segundo as autoridades, foram encontradas oito tartarugas-de-madagáscar (Astrochelys yniphora) – considerada a tartaruga mais rara do mundo – e 763 tartarugas-estreladas-de-madagáscar (Astrochelys radiata), escondidas em duas caixas de madeira, entre peças de roupa. Vinte animais acabaram por morrer. Os animais que sobreviveram foram levados para reabilitação antes de serem devolvidos à natureza.

As tartarugas estavam a ser despachadas como carga de porão, com destino a Kuala Lumpur, Malásia, via ilhas Maurícias, informou Jean Victor Ravony Tsaramonina, chefe da polícia de Fronteiras em conferência de imprensa. As investigações ao caso ainda estão a decorrer.

Segundo a organização TRAFFIC, que combate o tráfico de espécies selvagens, os répteis de Madagáscar são muito procurados por coleccionadores, especialmente na Indonésia, Malásia e Tailândia.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.