Ministra do Ambiente francesa aconselha a não comer Nutella para salvar florestas

Na terça-feira, Segolene Royal apelou aos cidadãos para deixarem de comprar o creme de chocolate e avelãs Nutella porque, ao ser feito com óleo de palma, contribui para a desflorestação.

 

“Temos de replantar muitas árvores porque há uma desflorestação massiva que está a levar ao aquecimento global”, disse Royal numa entrevista à televisão francesa Canal+, ao promover a próxima COP 21 (Conferência das Partes) da Convenção para as Alterações Climáticas, a realizar em Dezembro em Paris.

“Devíamos deixar de comer Nutella, por exemplo, porque é feita com óleo de palma que está a substituir as florestas”, acrescentou a ministra, citou o jornal francês Le Figaro.

Royal disse também que a Nutella devia “passar a utilizar outras matérias primas”.

Ferrero, a empresa chocolateira italiana dona da Nutella, reconhece que o seu produto é composto por 20% de óleo de palma. A empresa obtém quase 80% do seu óleo de palma da Malásia, segundo a agência de notícias francesa AFP; o restante vem do Brasil, Indonésia e Papua Nova Guiné.

Horas depois dos seus comentários, a ministra francesa veio a público pedir desculpas pela polémica causada. E de facto, as suas palavras não caíram bem em Itália. O ministro do Ambiente italiano, Luca Galletti, disse-lhe para deixar os produtos italianos em paz.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.