ONU adopta a sua primeira resolução contra tráfico de animais selvagens

O aumento imparável da caça a rinocerontes e a elefantes foi um dos motivos que levou a Assembleia Geral das Nações Unidas a adoptar ontem, por unanimidade, a primeira resolução de sempre contra o tráfico de animais selvagens.

 

Reconhecendo que os animais selvagens e as plantas são “parte insubstituível dos sistemas naturais da Terra”, a Assembleia Geral das Nações Unidas apelou ontem aos seus 193 Estados membros para tomarem medidas decisivas para evitar, combater e erradicar o tráfico de vida selvagem, “tanto do lado da oferta como da procura”.

Os defensores desta resolução acreditam que este pode ser o início de um esforço mundial para responder à caça e ao comércio ilegais de animais selvagens.

Esta semana, um elefante foi abatido perto do Parque Nacional Kruger, na África do Sul, e cinco outros elefantes – uma fêmea e as suas quatro crias – foram mortos num parque no Quénia, por causa das suas presas, lembra o jornal New York Times.

“O tráfico de vida selvagem não ameaça só as espécies e os ecossistemas; afecta a sobrevivência das comunidades locais e enfraquece as atracções turísticas”, disse o presidente da 69ª sessão da Assembleia Geral, num testemunho lido pelo vice-presidente, Denis G. Antoine.

A resolução sugere que se reforce a legislação necessária para prevenir, investigar e condenar os responsáveis pelo tráfico e que se reforce a resposta da Justiça. Mais especificamente, o texto pede aos Estados membros que considerem como “crime grave” o tráfico de espécies protegidas de fauna e flora selvagem, que envolvam grupos organizados.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.