Plano quer conservar 4.200 espécies de borboletas em Espanha

Especialistas espanhóis em borboletas lançaram o primeiro plano para a conservação das cerca de 4.200 espécies que se conhecem no país.

O presidente da Zerynthia (Associação Espanhola para a Protecção das Borboletas e do seu Meio), Yeray Monasterio, indicou à agência EFE que o plano pretende unir esforços das diferentes entidades, que têm tendência ao trabalho individual.

As borboletas são o segundo maior grupo na biodiversidade, com mais de 150.000 espécies conhecidas em todo o mundo.

São também bioindicadores observados atentamente pelos cientistas, pois a sua presença reflecte o estado de conservação dos ecossistemas e se estes estão perturbados.

Em Espanha, aponta o mesmo especialista, calcula-se 10% das espécies de borboletas encontram-se seriamente ameaçadas, especialmente pelas alterações climáticas, a degradação do meio ambiente, as práticas agrícolas intensivas, os incêndios florestais e o interesse dos colecionistas.

Existe no entanto uma grande riqueza destes lepidópteros na Península Ibérica: 230 diferentes espécies de borboletas diurnas e cerca de 4.000 borboletas nocturnas são hoje conhecidas, mas não aos olhos do grande público.

“É preciso mostrar que as borboletas existem”, avisa o presidente da Zerynthia.

Identificar e medir o impacto das principais ameaças para estas espécies em Espanha, analisar o estado actual das populações e incentivar a criação de mais micro-reservas são alguns dos objectivos do novo plano.

As micro-reservas são pequenos espaços de terreno, entre 1 e 1,5 hectares, onde se gere a conservação de populações de espécies ameaçadas. Um hectare corresponde aproximadamente ao espaço ocupado por um campo de futebol.

O plano inclui também incentivos a práticas de gestão florestal, como os corta-fogos, e a reintrodução de espécies extintas no país.

A longo prazo, o objectivo é ainda elaborar um “Livro Vermelho das Borboletas Ibéricas” com informações actualizadas e que esteja de acordo com os critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.