Quercus alerta para plantação de eucaliptos em terreno com sobreiros

 

A associação nacional de conservação da natureza denuncia o derrube de vários sobreiros em Torres Novas e a plantação de eucaliptos, bem como a deposição resíduos de construção e demolição.

 

A Quercus recebeu um alerta da Junta de Freguesia de Meia Via para uma arborização com eucalipto num terreno com sobreiros, noticiou hoje em comunicado. Ao visitar o local, a associação confirmou o derrube dos sobreiros e a “mobilização profunda de solos debaixo da copa dos sobreiros, com afectação da sua regeneração natural”.

Além disso, a Quercus detectou entulhos com resíduos de construção e demolição e outros espalhados em parte daquela área.

A associação contactou as autoridades responsáveis, nomeadamente o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), e ficou a saber que foi autorizada a plantação de 13,41 hectares.

No entanto, salienta, o parecer do Município de Torres Novas refere que “não se consideram cumpridos os pressupostos necessários à realização do projecto, principalmente as acções mitigadoras aos exemplares existentes de sobreiro e respectiva regeneração natural”.

“Dada a gravidade da situação, a Quercus, independentemente dos autos levantados, apela às autoridades para intimarem o proprietário para remover os resíduos, assim como os eucaliptos plantados junto dos sobreiros”, escreve a direcção nacional da Quercus e o núcleo regional do Ribatejo e Estremadura, em comunicado.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.