Quercus pede acções de controlo a infestação de jacintos-de-água no Cávado

A quantidade de jacintos-de-água, planta aquática exótica, que está a invadir o estuário do Cávado está a preocupar a Quercus. Ontem, a associação nacional de conservação da natureza pediu acções de controlo e alertou para as consequências na flora e fauna local.

 

Esta não é a primeira vez que o jacinto-de-água (Eichhornia crassipes) ataca o Cávado, rio com 135 quilómetros de extensão que nasce na Serra do Larouco e que passa pelos concelhos de Montalegre, Terras de Bouro, Vieira do Minho, Amares, Póvoa de Lanhoso, Vila Verde, Braga, Barcelos e Esposende.

Mas nestes últimos meses a situação ter-se-á agravado, com uma proliferação “eficaz e rápida”, talvez pelo calor que trouxe as condições ideais de crescimento a esta planta originária da América do Sul.

Por isso, a associação pede ao Ministério do Ambiente e ao Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) “que preceda a ações de combate continuadas para  a erradicação desta infestante”. No seu entender, é necessário também monitorizar a situação em contínuo, determinar qual a área invadida e avaliar os impactes.

Estas planta cria “uma forma de tapete que, muitas vezes, cobre totalmente a superfície da água. Esse tapete faz com que a luz incidente seja reduzida, diminuindo assim a qualidade da vida aquática, levando em muitos casos à eutrofização”, explica a Quercus. Além do impacte no ecossistema, impede a navegação e entope canais, dificultando o uso piscícola e recreativo do rio.

O projecto Invasoras.pt preparou uma ficha onde podemos saber mais sobre esta planta.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.