Reino Unido anuncia sete milhões de euros contra tráfico de animais selvagens

O Governo britânico anunciou ontem cinco milhões de libras (7.162 mil euros) para financiar projectos em qualquer parte do mundo que ajudem a combater o tráfico de animais selvagens.

 

A caça ilegal matou no ano passado um total de 1.293 rinocerontes em África; em 2013, mais de 20.000 elefantes foram abatidos. Perante este cenário, o sub-secretário de Estado britânico do Ambiente, Rory Stewart, anunciou ontem na Sociedade Zoológica de Londres, o financiamento.

“O comércio ilegal de produtos de animais está a pôr em grave risco algumas das nossas espécies mais icónicas, como os elefantes, rinocerontes e tigres”, disse Stewart. “Este não é só um desafio ambiental: lutar contra este comércio significa combater a corrupção, reforçar a segurança e melhorar as condições de vida das pessoas.”

O Governo britânico acredita que este financiamento pode ajudar a reduzir a oferta e a procura de produtos derivados de animais selvagens, ao apoiar as comunidades locais a encontrar novas formas de subsistência e evitar que os traficantes e redes criminosas controlem este negócio.

Em 2014, o Reino Unido lançou o Wildlife Trade Challenge Fund. Desde então já foram apoiados 19 projectos nos países em desenvolvimento para proteger espécies ameaçadas como os rinocerontes, elefantes e leopardos-das-neves. Um dos projectos financiados por este fundo é o Save the Rhino International, para ajudar a mudar padrões de consumo de chifres de rinoceronte no Vietname.

“O apoio à intervenção para reduzir a procura de produtos derivados de animais selvagens é crucial”, disse Gayle Burgess, da organização TRAFFIC. “Significa que os mercados vão ruir e o incentivo para os caçadores ilegais pode desaparecer.”

A 30 de Julho, a Assembleia Geral das Nações Unidas adoptou, por unanimidade, a primeira resolução de sempre contra o tráfico de animais selvagens.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.