Turistas britânicos ajudam campanha contra captura ilegal de aves em Portugal

Um grupo de ‘birdwatchers’ britânicos que se encontravam de férias em Portugal contribuiu com dinheiro para a campanha contra a captura ilegal de aves selvagens, coordenada pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA).

De acordo com a SPEA,  o grupo de turistas da empresa Honeyguide Wildlife Holidays England doou 1000 euros para ajudar a campanha “Diga não aos passarinhos no prato e na gaiola”, que tem como objectivo chamar a atenção para a captura de aves.

Este é “um problema ilegal, que tem vindo a crescer”, o que segundo a SPEA se poderá dever à crise económica e ao desemprego. Em causa está por exemplo a utilização de armadilhas para pássaros, muitas vezes utilizadas para fins gastronómicos, mas também a venda ilegal de várias espécies de aves em feiras e através da Internet.

O grupo de observação de aves e vida selvagem, da Honeyguide Wildlife Holidays, tem sede em Norwich, Inglaterra, e fez este donativo durante uma visita recente às regiões do Alentejo e Algarve, para apoiar o projecto.

Chris Durdin, proprietário da Honeyguide, explicou ainda que todos os pacotes de férias da empresa incluem no preço um donativo para a conservação da natureza.

“Nós gostamos de contribuir para a protecção da vida selvagem do país que visitamos, uma vez que vamos usufruir dela”, afirmou este responsável, citado num comunicado da SPEA. “Estamos muito contentes por ter esta parceria de longa data com a SPEA em Portugal.”

O novo donativo vai ser aplicado na produção de folhetos para distribuir em escolas, associações e feiras. “Queremos que as pessoas tenham consciência de que capturar passarinhos é errado e ilegal e que devem alertar as autoridades quando se depararem com situações suspeitas”, afirma Domingos Leitão, da SPEA.

Incluindo o montante agora doado, desde as primeiras férias da Honeyguide em Portugal Continental, em 2005, a empresa britânica já doou à SPEA um total de 4.974 libras (cerca de 7.065 euros).

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.