Vigilantes da Natureza apreendem 38 aves capturadas ilegalmente

Tentilhões, pintassilgos, chamarizes e outras aves tinham sido capturadas para cativeiro numa zona da Aldeia da Malveira da Serra.

 

As 38 aves apreendidas são das espécies cruza-bico (Loxia curvirostra), bico-grossudo (Coccothraustes coccothraustes), dom-fafe  (Pyrrhula pyrrhula), tentilhão-comum (Fringilla coelebs), chamariz (Serinus serinus) e pintassilgo (Carduelis carduelis), segundo uma nota enviada à Wilder na sexta-feira passada.

As equipas de Vigilantes da Natureza do Parque Natural de Sintra-Cascais, apoiadas por agentes da Polícia Florestal, identificaram um homem com 42 anos, pela prática da captura e posse ilegal de espécies não cinegéticas e da utilização de métodos de caça não permitidos.

Durante a operação foram ainda apreendidas três “redes chinesas” e 17 gaiolas com alçapão que eram utilizadas para capturar as aves.

Esta operação foi apenas um momento no esforço de prevenção feito pelos Vigilantes da Natureza que têm sensibilizado as populações e aumentado a vigilância, sobretudo nas áreas onde existem fortes indícios da ocorrência de captura ilegal de espécies silvestres. “Quando temos suspeitas de que algo de anormal se passa no território que fiscalizamos, dedicamos uma especial atenção a esses locais e procuramos por vestígios que nos indiquem se existe captura de espécies selvagens”, explica à Wilder a direcção da Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza (APGVN).

“Se existirem vestígios de actividades ilícitas redobramos a vigilância nessas áreas até conseguirmos apanhar os infractores em flagrante delito.”

Este ano, a associação comemora 25 anos de actividade, tendo sido criada a 14 de Março de 1990.

 

 

[divider type=”thin”]Agora é a sua vez.

O que pode fazer para ajudar a travar a captura de aves selvagens? Segundo os Vigilantes da Natureza deve denunciar estas situações e não comprar aves silvestres, nomeadamente em sites de venda online. “A maioria das aves capturadas não irá sobreviver em cativeiro o que torna este tipo de actividade uma das grandes ameaças à diversidade da vida selvagem”, dizem os Vigilantes da Natureza.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.