WWF pede à UE para fazer lista completa das espécies exóticas invasoras

O projecto de lista de expécies exóticas invasoras que está a ser preparada pela União Europeia representa apenas dois por cento do total destas espécies na Europa, criticou hoje a WWF Espanha.

De acordo com a organização internacional, a lista que está a ser trabalhada pelas autoridades europeias contém apenas 37 espécies que são consideradas exóticas invasoras em território europeu, excluindo “espécies tão prejudiciais para a biodiversidade como o visão-americano, que está a levar o visão-europeu à beira da extinção”.

Por esse motivo, a WWF anunciou que se juntou a outras organizações não governamentais, numa carta enviada à Comissão Europeia para solicitar a redacção de uma lista “suficientemente ambiciosa que esteja baseada em critérios científicos e não em interesses económicos”.

A lista em causa vai servir de base para a aplicação do regulamento nº 1143/2014, sobre a prevenção e gestão da introdução e propagação de espécies exóticas invasoras.

Para a WWF, o visão-americano surge como o caso mais preocupante. “Esta espécie afecta meia centena de espécies autóctones e é a principal causa de ameaça ao visão-europeu, classificado como espécie Em Perigo Crítico de extinção”.

Aliás, o visão-europeu é hoje o carnívoro mais ameaçado da Europa, onde desapareceu de 95% da sua área original de distribuição.

Em Espanha, de acordo com a WWF, o comércio do visão-americano é permitido em 91% do território espanhol, onde já se espalhou no meio natural nas regiões a Norte. “Actualmente, estão a instalar-se novas quintas de produção de peles [com recurso a esta espécie] em zonas gravemente afectadas como a região da Galiza”, avisa a organização.

De acordo com a ONU, as espécies exóticas invasoras são a segunda maior causa de perda da biodiversidade mundial.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.