Açores e Madeira vão contar águias neste fim-de-semana

Mais de mil pessoas já ajudaram a contar esta ave de rapina, durante os censos que acontecem uma vez por ano desde 2006 nos Açores e Madeira. Este ano, as contagens estão marcadas para este fim-de-semana.

 

Saber quantas águias existem, como é o seu habitat e quais os seus comportamentos são os objectivos deste censo anual, organizado pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (Spea). Estes dados serão utilizados para saber qual é a situação desta ave de rapina e se precisa de protecção.

Nos Açores estas águias são chamadas milhafres; na Madeira, chamam-lhe mantas. Têm uma envergadura de asa entre 110 e 130 centímetros e podem ser vistas sozinhas ou em grupo, a voar, pairar, pousadas no solo ou, muito frequentemente, em cima de muros, postes e nos seus poisos de caça.

“A espécie pode ser observada um pouco por todo o lado, em zonas florestais, áreas costeiras, pastagens e mesmo zonas urbanas”, explica a Spea em comunicado.

É um excelente aliado dos humanos, já que se alimenta de roedores e ajuda a controlar as pragas.

Ainda assim, pouco se sabe sobre esta águia, ameaçada pelo envenenamento, eletrocussão em linhas elétricas e pela captura ou abate ilegal.

Nos dias 7 e 8 de Abril decorre a 13ª edição destes censos anuais. Entre 2006 e 2017, um total de 1.101 voluntários avistaram, nos dois arquipélagos, um total de 7.280 águias.

Segundo a Spea, o sucesso da iniciativa depende das “dezenas de voluntários a quem se pede a recolha de dados sobre os avistamentos destas aves”.

Para participar neste censo não é necessário ter conhecimentos científicos específicos, basta conseguir identificar esta ave de rapina.

 

O relatório com os dados anuais sobre este censo, como qualquer dúvida de como pode participar, podem ser consultados aqui

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.