caminho por uma floresta
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Anabela, de Gaia, vai responder ao desafio florestal da Quercus e CTT

Anabela Santos Pereira, 44 anos, de Vila Nova de Gaia decidiu que vai participar na 4ª edição da campanha “Uma Árvore pela Floresta”, para plantar árvores autóctones em Portugal. Esta naturalista contou à Wilder quais as suas motivações.

 

WILDER: O que a motiva a participar nesta campanha?

Anabela Santos Pereira: Sinto que há uma necessidade imperiosa de reflorestarmos as nossas paisagens e de recuperarmos a nossa floresta autóctone. Infelizmente esta campanha surge desta constatação, associada à cada vez mais crescente perda do solo e da biodiversidade. É muito importante que todos estejamos envolvidos, pois a floresta nunca poderá ser um bem privado à mercê dos interesses pouco éticos das grandes indústrias. Primeiro temos que cuidar da floresta como um bem-comum. Se ela satisfizer o seu papel ecológico, aí sim, os rendimentos económicos que dela podermos tirar serão muito maiores e proveitosos tanto para os proprietários, como para toda a comunidade. São campanhas assim que nos sensibilizam para a importância de sermos mais conhecedores destes ecossistemas e mais interventivos na sua correta manutenção.

Também achei muito interessante a possibilidade de podermos acompanhar a árvore e o bosque onde será inserida e que ajudará a criar. Este comprometimento é muito importante, reconhece o nosso esforço e mantém o entusiasmo dos participantes, exercendo naturalmente o efeito de contágio. Como plantadora voluntária esta é uma outra forma de marcar e de fazer a diferença na recuperação da nossa floresta.

W: É a primeira vez que participa?

Anabela Santos Pereira: Sim. Apesar desta ser já a 4ª campanha, é a primeira vez que tomo mais contacto direto. Apesar de estar mais ou menos atenta a estas questões há sempre informação que nos passa ao lado. Mas desta vez não me escapou e congratulo-me com esta iniciativa da Quercus e com a sua continuidade ao longo do tempo.

W: O que a inspira na natureza?

Anabela Santos Pereira: Considero que tudo na Natureza é inspirador. A sua resiliência, a sua capacidade de recuperação/reabilitação. A sua beleza. A interligação equilibrada entre todos os seres. A vibração energética que sentimos ao passearmos num bosque e que sentimos desde as rochas até à água de um ribeiro. O estado de total presença que nos desperta e o sentimento de união/ fusão com todas as formas de vida. Sentir a Natureza é saber viver!

 

[divider type=”thick”]Anabela Santos Pereira tem 44 anos, é bióloga e educadora ambiental e vive em Vila Nova de Gaia.

 

[divider type=”thick”]A campanha “Uma Árvore pela Floresta” está a decorrer de 31 de Julho a 30 de Novembro. Saiba mais aqui.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.