As andorinhas também fazem parte do Museu do Côa

Os visitantes ficam surpreendidos. Quem lá trabalha anda encantado. Todos os anos, vários casais de andorinhas voltam aos seus ninhos no edifício do Museu de Arte e Arqueologia do Côa. Mesmo que seja em cima de câmaras de vigilância.

 

Mário Reis é arqueólogo no Museu do Côa, estrutura inaugurada em 2010 em Vila Nova de Foz Côa. Todos os dias se encanta com as andorinhas que escolhem o museu para passar as Primaveras.

“Existem imensos ninhos de andorinha nas paredes externas do Museu, sobretudo de andorinhas dos beirais (Delichon urbicum)”, conta à Wilder. E no interior, ou seja em zonas abertas ao exterior mas na área útil do edifício, nomeadamente na garagem, na entrada subterrânea do restaurante e na entrada do Museu, “que eu tenha visto, há quatro (ninhos), dos quais pelo menos três estão ocupados este ano”. Mário acredita serem andorinhas dáuricas (Hirundo daurica) e andorinhas das chaminés (Hirundo rustica).

Especialmente curioso é o casal de andorinhas das chaminés que nidificaram numa câmara de vigilância em frente à porta do Museu.

 

Foto: Mário Reis
Foto: Mário Reis

 

Estes ninhos são “perfeitamente acessíveis ao olhar, por estar a cerca de três metros acima do solo na zona por onde as pessoas passam”, acrescenta. “Podemos dizer que as andorinhas são um grande êxito junto dos visitantes. A sua reacção é de enorme surpresa e contentamento, não porque as pessoas não conheçam andorinhas, mas porque é raro vê-las tão perto e numa situação algo inesperada”.

A maioria das pessoas que trabalham no Museu “acha imensa piada e gosta imenso de ter estes visitantes sazonais todos os anos. Até achamos que é uma pequena mais valia que contribui para fazer a diferença e tornar o Museu um local mais especial”.

As andorinhas começaram a fazer ninhos no edifício desde 2011, no primeiro ano a seguir à abertura. Desde então, “têm sido regularmente reocupados e refeitos todos os anos, embora não saibamos se sempre pelos mesmos casais”.

 

[divider type=”thin”]Agora é a sua vez.

Nesta Primavera, já descobriu ninhos de andorinha? Envie-nos as suas fotografias e conte-nos a sua história, como fez Mário Reis. Aqui fica o nosso email: [email protected]. Ficamos à espera!

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.