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Doze passos para desenhar um pisco-de-peito-ruivo

 

O desenhador naturalista Marco Nunes Correia ajuda-o, passo a passo, a desenhar um pisco-de-peito-ruivo.

 

1. Traçar uma diagonal que defina o alinhamento cabeça-corpo.

 

2. Desenhar duas elipses de modo a auxiliar a posição relativa da cabeça e do corpo, tendo em atenção os volumes correspondentes. De notar que uma ave em repouso apresenta a cabeça mais junto ao corpo.

 

3. De seguida traçam-se os alinhamentos do bico e da cauda. O primeiro definirá a linha que dividirá a mandíbula inferior da mandíbula superior. É também esta linha que nos orientará no posicionamento do olho (sensivelmente tangente à parte inferior do mesmo).

 

4. Definem-se os contornos de ligação da cabeça ao corpo e deste à cauda (coberturas supracaudais e infracaudais).

 

5. Traça-se o limite exterior da asa e uma pequena linha oblíqua que definirá as terminações das rémiges secundárias. Traçam-se também as linhas de posicionamento das patas (tarsos) e dos pés, calculando visualmente a sua posição abaixo do centro de gravidade da ave (considerar apenas a massa corporal correspondente ao corpo e cabeça – duas elípses iniciais).

 

6. Começamos agora a detalhar as várias partes do corpo, começando pelo olho e pelo bico.

 

7. Define-se o contorno do corpo, destacando o pequeno tufo de penas que normalmente cobre a articulação da coxa com o tarso (calcanhar).

 

8. E de seguida define-se o contorno das asas, destacando a forma que compreenderá as rémiges secundárias e terceárias; as retrizes e a separação entre as coberturas supracaudais e infracaudais.

 

9. Segue-se o detalhamento do manto, das coberturas escapulares e das grandes coberturas (de cima para baixo). Assim como das penas da álula, também conhecidas por rémiges bastardas e conjunto das coberturas das rémiges primárias. Há que ter em atenção que as coberturas do peito e do flanco normalmente sobrepõem-se um pouco à asa.

 

10. Agora detalham-se as penas da cabeça, definindo o anel ocular (conjunto de pequenas penas que se distribuem à volta do olho), o anel orbital (anel de pele correspondente às pálpebras), a área correspondente à cobertura auricular e a linha que define as coberturas da zona malar.

 

11. Individualizam-se as penas das asas e detalham-se as patas.

 

12. Desenho completo a partir do qual poderemos desenvolver a nossa ilustração (desenho preliminar).

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.