/

Que espécie é esta: um estafermo peludo

A leitora Sandra Sousa encontrou este insecto em meados de Outubro de 2016 em Leiria e pediu ajuda para identificar esta espécie. Saiba qual é.

 

Sandra Sousa encontrou dois insectos desta espécie, “junto de garrafões com água de bacalhau cozido (onde jaziam muitas moscas)”.

A espécie que observou é um Estafermo-peludo (Creophilus maxillosus).

Espécie identificada por: Eva Monteiro, Rede de Estações da Biodiversidade, Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

 

Foto: Sandra Sousa

 

O bicho que Sandra Sousa nos envia é um escaravelho (Ordem Coleoptera) da família Staphylinidae, mais propriamente um Creophilus maxillosus.

O estafermo-peludo é um ávido predador de larvas de mosca, o que explica as moscas encontradas nas proximidades pela leitora.

A sua preferência pelas larvas de mosca que primeiro se instalam nos cadáveres faz dele um dos insetos utilizados em entomologia forense. A presença de adultos ou larvas num corpo permite determinar a sucessão ecológica e o intervalo pós-mortem.

Os estafilinídeos reconhecem-se facilmente por terem os élitros (asas anteriores endurecidas típicas dos coleópteros) muito reduzidos, não chegando a cobrir a metade anterior do abdómen. As asas posteriores são membranosas e bem desenvolvidas na maioria das espécies, e é este o caso de Creophilus maxillosus.

Como muitos insetos, o Creophilus maxillosus não tem nome comum no nosso país, mas podemos batizá-lo de estafermo-peludo. Estafermo é o nome “carinhoso” que alguns entomólogos dão a esta família, devido à semelhança do adjetivo – estafermo – com o nome da família – Staphilinidae; peludo, porque são característicos os pelos sedosos brancos e pretos que cobrem os élitros e o abdómen desta espécie.

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.