Mais de 150 pessoas retiraram 6,6 toneladas de lixo do Estuário do Sado

No domingo passado, 155 pessoas – mais de metade pescadores locais – juntaram-se para limpar três quilómetros de margens do rio Sado, junto ao porto da Carrasqueira. Esta acção da campanha “Mariscar SEM Lixo” retirou num único dia 6,6 toneladas de lixo daquela zona do estuário.

 

Durante o dia de domingo foram recolhidas 3.048 embalagens de sal vazias, 440 quilos de embalagens plásticas, 160 quilos de embalagens de vidro, 20 quilos de sucata, mais de uma tonelada de pneus usados e 4.960 quilos de resíduos indiferenciados. Estes e os pneus foram encaminhados para aterro de industriais pela Câmara Municipal de Alcácer do Sal.

 

 

Dos 6.620 quilos recolhidos, 620 serão reciclados.

“O número total de participantes, o seu envolvimento e a extensão abrangida pela limpeza, superou as expectativas iniciais”, segundo um comunicado enviado à Wilder.

 

 

A cooperativa de educação marinha Ocean Alive, entidade que organiza esta campanha, salienta sobretudo o “surpreendente” envolvimento da comunidade local. “84 dos 155 voluntários eram pescadores, pescadoras, mariscadores ou gentes da terra que vestiram a camisola por um porto palafítico limpo.”

A partir deste mês, os mariscadores já têm um ecoponto amarelo, instalado junto ao cais palafítico, para depositar as embalagens de sal vazias.

 

 

Esta acção de limpeza no Porto Palafítico da Carrasqueira foi a 12ª de uma campanha que começou em Março do ano passado e que se traduz em acções de limpeza uma vez por mês. “Mariscar SEM Lixo” pretende “eliminar o mau hábito dos mariscadores em deixar as embalagens de plástico de sal vazias na maré (que utilizam para capturar o lingueirão e o casulo)”, explica a cooperativa em comunicado. Outro dos objectivos é “promover a visão de um estuário do Sado limpo e mantido por todos”.

 

 

Desde o seu início, a campanha já recolheu mais de 20 toneladas de lixo das margens do Estuário do Sado e 23.473 embalagens de sal vazias. No total participaram 800 voluntários, que ajudaram a sensibilizar cerca de 400 mariscadores.

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Saiba mais sobre a Campanha e o que pode fazer para ajudar.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.