Foto: Joana Bourgard

Se vive no Porto, estas árvores são para si

Está de regresso a campanha “Se tem um jardim, temos uma árvore para si”, este ano com cerca de 2.000 árvores e arbustos autóctones para distribuir aos cidadãos até 5 de Fevereiro. Só para quem vive no concelho do Porto e que tenha um terreno disponível para a plantação.

 

O objectivo é simples: “apoiar e estimular os portuenses a plantar árvores e arbustos nos seus jardins e logradouros”, segundo o FUTURO – projecto das 100.000 Árvores.

Até 5 de Fevereiro, os cidadãos poderão inscrever-se e escolher até 10 árvores e arbustos e até três pacotes de sementes, de 15 espécies. Cada um escolhe de acordo com a sua preferência. “As plantas que oferecemos são pequenas mas não esqueça que vão crescer”, explicam os organizadores. “Algumas gostam mais de sol e outras de sombra, algumas têm folha o ano todo e outras perdem a folha no inverno.”

Recebe ainda uma pequena formação especializada para aprender a plantar e a cuidar das suas novas plantas.

Esta é a segunda edição da iniciativa, que resulta de uma parceria entre a Câmara Municipal do Porto e o FUTURO. Em cinco anos, a iniciativa quer distribuir 10.000 árvores para plantar na cidade e ajudar a criar bosques urbanos.

No ano passado foram aprovadas mais de 300 candidaturas e distribuídas mais de 1.550 árvores e arbustos de 11 espécies, como o medronheiro, sobreiro, pilriteiro, teixo, buxo e vários carvalhos. “Este ano queremos chegar às 2.000”, disse à Wilder Marta Pinto, coordenadora do FUTURO, em Outubro passado.

“Se tem um jardim, temos uma árvore para si” faz parte de um plano mais ambicioso, para plantar 100.000 árvores na Área Metropolitana do Porto. Desde que começou, há cinco anos, já foram plantadas 81.369 árvores e arbustos em 190 hectares de 15 municípios, como Arouca, Gondomar, Valongo, Trofa e Porto.

O projecto trabalha com 41 espécies, sendo as cinco mais plantadas o carvalho-alvarinho ou carvalho-roble (22.374 árvores), o sobreiro (11.727), o medronheiro (10.747), o castanheiro (4.773) e o bordo-de-Montpellier ou zêlha (2.663).

Para o ano de 2016/2017, o projecto definiu como meta a plantação de mais 15.000 árvores e arbustos. As actividades de plantação estão já a decorrer. A 10 de Dezembro, 57 pessoas plantaram 470 árvores em 1,5 hectares da Serra de Santa Justa, uma área que ardeu no Verão passado e dominada por eucaliptos e acácias. As árvores, todas nativas, foram fornecidas pelo Programa Floresta Comum e pelo Viveiro de Árvores e Arbustos Autóctones do FUTURO.

Segundo o FUTURO, plantar árvores ajuda a melhorar a qualidade do ar, a reduzir a temperatura da cidade em picos de calor, a sequestrar carbono, a regular a água e a promover a biodiversidade.

As próximas plantações que procuram voluntários vão acontecer em Oliveira de Azeméis a 21 de Janeiro. Pode saber mais aqui.

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Saiba aqui todas as dicas sobre como escolher a sua árvore ou arbusto.

Torne-se um perito a identificar as árvores no Inverno.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.