borboleta pousada numa planta
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Seja um Naturalista com a Wilder

Hoje temos novidades para si. Até ao final do ano, a Wilder está a lançar uma série de novos projectos dedicados à Ciência Cidadã para a Biodiversidade em Portugal, apoiados pelo Fundo Ambiental. Saiba o que vai acontecer na sua revista de natureza.

 

Hoje há centenas de pessoas que estudam as espécies selvagens, que as protegem ou que, simplesmente, se fascinam por elas.

Só nos primeiros sete meses deste ano, cerca de 1.500 portugueses registaram quase 700 espécies selvagens diferentes, em nove grandes projectos dedicados a conhecer a biodiversidade do país.

Fazer parte disto é, sobretudo, um direito seu, perante algo que também lhe pertence.

É uma questão de empowerment da sociedade. É uma questão de cidadania.

Mas em que se traduz esta força da sociedade? Que reconhecimento? De que forma têm importância os cidadãos não-cientistas, não-ambientalistas, não-governantes?

Quase sempre um não-especialista é um espectador, encaixado em momentos pontuais de acção.

A Wilder nasceu para reconhecer e promover o cidadão como a chave para o sucesso da conservação da natureza. É a casa que acolhe o naturalista que temos em nós. É feita por especialistas e por não-especialistas. É a ponte entre quem está no terreno e lhe faltam mãos e as mãos que estão fartas de estar nos bolsos. São cientistas e cidadãos que melhoram a biodiversidade. Juntos.

A razão de ser da Wilder são as pessoas que se sentem atraídas pelo mundo natural. São aqueles que procuram as maravilhas naturais escondidas entre a monotonia das coisas que se diluem umas nas outras por nos parecerem todas iguais.

As pessoas merecem que a melhoria da biodiversidade lhes seja confiada. Queremos dar ao cidadão a oportunidade de criar refúgios de biodiversidade no seu bairro, de participar em censos de borboletas, aves ou rãs e nas listas de flora e fauna do seu bairro ou freguesia.

Por isso candidatámos a nossa secção “Seja Um Naturalista” ao aviso “Apoiar uma Nova Cultura Ambiental” do Fundo Ambiental, para projectos que implementam a Estratégia Nacional para a Educação Ambiental. Fomos um dos 27 projectos seleccionados. Até ao final do ano vamos continuar a mostrar os projectos onde pode participar, a divulgar resultados, a salientar a importância dos cidadãos naturalistas e dos dados que recolhem e a ajudar a melhorar as suas competências naturalistas.

Além disso, estamos a lançar quatro novidades:

  • O Fórum online de Identificação de Espécies de Portugal: onde os cidadãos podem pedir ajuda a especialistas através do envio de fotografias do animal ou planta que encontraram, data e local. As respostas ficarão disponíveis para outros cidadãos pesquisarem;
  • O desafio À procura da Natureza, que tem como objectivo saber quais as cinco espécies de aves, insectos, anfíbios/répteis e árvores mais comuns do nosso país. Para isso, será desafiado a procurar cinco espécies de cada um desses quatro grupos e enviar para a Wilder, até ao final de Novembro, uma fotografia da espécie, a indicação do local, da data e identificação da espécie (quando possível). Os participantes receberão um certificado de participação;
  • a newsletter da Wilder, com especial destaque para a Ciência Cidadã para a Biodiversidade;
  • um guia sobre como pode o cidadão fazer o seu próprio projecto de registo de espécies.

 

Portugal é um país rico, com as suas:

3.995 espécies de plantas

66 espécies de libélulas

104 espécies de mamíferos

35 espécies de répteis

43 espécies de peixes

235 espécies de aves a fazer ninhos

17 espécies de rãs, sapos, salamandras e tritões

135 espécies de borboletas… diurnas. Mais as 2.500 nocturnas.

E ainda cerca de 2.000.000 de espécimes em colecções de História Natural, alguns recolhidos há mais de 200 anos.

As suas listas e as suas observações são cruciais para preenchermos as lacunas do conhecimento sobre as espécies de Portugal. Só assim o país pode fazer uma conservação da natureza eficaz.

Vamos lá?

 

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A secção “Seja um Naturalista” é apoiada pelo Fundo Ambiental.

 

 

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.