Foto: SPEA/Madeira
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Ajude a contar a maior ave de rapina da Madeira

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Quantas mantas existem na Madeira e Porto Santo? Ajude a descobrir participando nas contagens que vão acontecer a 2 e 3 de Abril, organizadas pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA). Saiba aqui o que fazer.

A manta (Buteo buteo harterti) é a maior das quatro espécies nidificantes de aves de rapina no arquipélago da Madeira. Por isso, explica a SPEA em comunicado, é “de fácil identificação”.

Manta. Foto: Luís Berimbau

“A sua plumagem é predominantemente castanha, com a parte interior das asas esbranquiçada. A cauda é listrada e quadrada, e tanto o bico como as patas são amarelos.”

As mantas podem ser observadas um pouco por toda a ilha, desde as zonas florestais até aos centros urbanos, geralmente a voar ou pairar no céu, ou poisadas em pontos altos de onde possam avistar as suas presas, tais como ratos, aves, coelhos, répteis, anfíbios, insetos e minhocas.

Manta. Foto: Luís Berimbau

Apesar de a espécie ser considerada pouco ameaçada, sofre com perdas de habitat, envenenamento e eletrocussão em linhas elétricas.

O Censo de Mantas decorre anualmente desde 2006.

Em 2021, cerca de 70 voluntários contaram 150 aves, estimando-se que existam 337 mantas na Madeira (270 mantas na Madeira e 67 no Porto Santo). No entanto houve um ligeiro decréscimo desde 2019.

Foto: SPEA Madeira

“Ao longo dos últimos 16 anos, temos contado com o apoio de mais de 500 voluntários que, em conjunto, já percorreram mais de 6.700 km, uma distância que corresponde à largura máxima do Oceano Atlântico”, disse Cátia Gouveia, coordenadora da SPEA Madeira. “O sucesso desta iniciativa depende exclusivamente do envolvimento dos voluntários, pois só assim conseguiremos ter uma maior cobertura das ilhas e apresentar dados mais concretos sobre esta espécie tão peculiar.”

A metodologia é simples. Dê um passeio a pé, de bicicleta ou de carro e anote quantas mantas observou. Não precisa de ser um especialista em aves, qualquer um pode participar.

É recomendável realizar as contagens entre as 10h00 e as 14h00, período coincidente com uma maior atividade destas aves. No fim do censo, cada voluntário receberá um certificado de participação e os resultados do censo em primeira-mão.

Manta. Foto: Luís Berimbau

As principais estradas da ilha da Madeira e Porto Santo devem ser cobertas, de modo a prospetar a maior área possível. “Mesmo que não se tenha inscrito no censo, se observar alguma manta este fim-de-semana, faça-nos chegar o seu registo através do email [email protected]. Com o contributo de todos podemos ter um retrato mais fiel sobre o estado de conservação das mantas na Madeira”, apelou Cátia Gouveia.


Agora é a sua vez.

Saiba mais sobre o censo e como pode participar aqui.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.