Pato-trombeteiro. Foto: Andreas Trepte/Wiki Commons

Dia Mundial das Zonas Húmidas: conheça as actividades que o Paul de Tornada preparou para si

As comemorações do Dia Mundial das Zonas Húmidas acontecem nos dias 2, 5 e 12 de Fevereiro. São várias as oportunidades para ver rãs, patos-trombeteiros, marrequinhas, bútios e tartaranhões. Para quem quiser, ainda há uma actividade para ajudar a biodiversidade de forma activa.

As celebrações no Paul de Tornada, nas Caldas da Rainha, arrancam a 2 de Fevereiro, Dia Mundial das Zonas Húmidas, com um passeio guiado pela natureza. O percurso interpretativo “Do charco ao paul” tem cerca de dois quilómetros.

“Vamos explorar a biodiversidade (anfíbios e macroinvertebrados) dos recém criados charcos temporários e da Reserva Natural Local do Paul de Tornada, onde poderemos ver aves, plantas, insetos e fungos”, explicou hoje à Wilder a equipa do Centro Ecológico Educativo do Paul de Tornada.

Pato-trombeteiro. Foto: Andreas Trepte/Wiki Commons

Entre as espécies dos charcos que poderá ver estão a rã-verde, a rã-de-focinho-pontiagudo, a salamandra-de-pintas-amarelas, o escorpião-de-água, o escaravelho-de água, larvas de libélulas e libelinhas.

Haverá três passeios: dois para escolas (das 10h00 às 11h15 e das 11h30 às 12h45) e um para o público em geral (das 15h00 às 17h00).

A 5 de Fevereiro, um sábado, há outro passeio, “À descoberta da flora do charco ao paul”. Este percurso, das 10h00 às 12h00, será guiado por Cristina Reboleira.

O último dia das celebrações acontece a 12 de Fevereiro, no sábado seguinte, com um “Big Sit” de observação de aves, guiado por Hélder Cardoso.

Mas o que é um “Big Sit”? Segundo explicou a equipa do Paul de Tornada, “é registar todas as aves que se conseguirem observar do nascer ao pôr do sol, a partir de um ponto de observação fixo onde estará um observador de aves em permanência”, neste caso, Hélder Cardoso.

Nesta altura do ano, a lista de aves que poderá observar inclui patos-reais, patos-trombeteiros, corvos-marinhos, marrequinhas, frisadas, garças-reais, bútios-comuns, tartaranhões-ruivos e piscos-de-peito-ruivo.

Pisco-de-peito-ruivo. Foto: Simonetta_78/Pixabay

Esta actividade irá decorrer das 07h30 às 18h00. Quem quiser participar pode comparecer à hora que lhe for mais conveniente e durante o período de tempo que desejar.

Ainda no mesmo dia, mas mais tarde (das 18h00 às 21h00), será a hora dos apaixonados por borboletas nocturnas. Esta actividade é também guiada por Hélder Cardoso.

E ao longo do dia 12 de Fevereiro vai estar a decorrer a plantação de sobreiros, carrascos e carvalhos-cerquinhos na envolvência do centro ecológico e salgueiros, freixos e amieiros nas galerias ribeirinhas. Para ajudar a natureza com esta plantação de árvores basta dirigir-se junto da organização para participar.

Paul de Tornada. Foto: Wilder/Arquivo

A Reserva Natural Local do Paul de Tornada, nas Caldas da Rainha, é uma zona húmida de importância internacional onde vivem mais de 140 espécies de animais. Tem cerca de 45 hectares, 25 dos quais permanentemente alagados e um sistema de valas de drenagem que conflui no rio Tornada.

Em 2021 recebeu cerca de 5.500 visitantes.

Segundo a equipa do Centro Ecológico Educativo, “a Reserva Natural Local do Paul de Tornada é extremamente importante como zona de alimentação, refúgio e nidificação para a biodiversidade”.


Algumas informações úteis

Ponto de encontro: Centro Ecológico Educativo do Paul de Tornada

Actividade gratuita mediante inscrição obrigatória. Aqui está o formulário de inscrição. Inscrição até às 17h00 do dia útil anterior à atividade.

Recomendações: Levar roupa, calçado apropriado, binóculos e/ou máquina fotográfica, máscara de proteção individual e gel desinfetante.

A actividade tem lugar num espaço exterior. Uso obrigatório de máscara individual. Deverá ser cumprida a regra de distanciamento físico de 2 m lado a lado. Quem estiver infetado ou com sintomas do Covid 19 não pode participar nas atividades.

Atividades sujeitas a alterações tendo em conta as condições meteorológicas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.