Águia-pesqueira. Foto: Skeeze/Pixabay

Esposende lança guia sobre a avifauna do concelho

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O guia, com mais de 200 espécies diferentes, é um desafio para procurar as aves do concelho, em especial nos estuários do Cávado e Neiva e no Parque Natural do Litoral Norte.

Avifauna do Concelho de Esposende – Rede de Observatórios da Natureza, com textos e fotografias de Jorge Araújo da Silva e editado recentemente pela Câmara Municipal de Esposende, surge no âmbito da estratégia turística de promoção e valorização do território.

Jorge Araújo da Silva é um “esposendense que vem prestando um grande contributo para o conhecimento do património natural local”, escreve a autarquia num comunicado divulgado a 2 de Junho.

“O concelho de Esposende encerra condições muito privilegiadas para a prática da observação de aves selvagens. Nesta brochura foram selecionadas pelo seu valor ecológico, abundância, singularidade, simbolismo ou até pelos atributos estéticos.”

Entre as espécies deste guia estão a marrequinha (Anas crecca), o fuselo (Limosa lapponica), o colhereiro (Platalea leucorodia), a águia-pesqueira (Pandion haliaetus), o pisco-de-peito-azul (Luscinia svecica) ou o guarda-rios (Alcedo atthis).

No Guia, as aves estão elencadas por habitats ou biótipos onde encontram boas condições de alimentação, refúgio e nidificação. Por exemplo, podemos procurar as espécies das ribeiras, caniçais e depressões húmidas; do rio Neiva; do rio e estuário do Cávado; dos espaços agrícolas; de ambientes rupícolas com urzais (tojais da arriba fóssil); de matas ou bosques e plantações florestais; de sistemas dunares, praias e recifes expostos e do meio marinho.

Estas 200 espécies terrestres juntam-se às muitas espécies marinhas registadas e apresentadas no portal OMARE – Observatório Marinho de Esposende, compondo aquilo que a autarquia considera “um grande repositório sobre a biodiversidade do Parque Natural, seja em terra, no mar e no ar”.

A publicação inclui ainda a localização dos habitats melhor preservados ou representados e os equipamentos ou circuitos de visitação que guiam até esses hotspots. Assim, lá podemos encontrar oito Observatórios da Natureza – como a Torre de Observação Panorâmica, Belinho, ou o observatório do Estuário do rio Cávado em Ofir -, seis miradouros, duas ecovias (Ecovia do Litoral Norte e Ecovia do Cávado e do Homem) e quatro percursos.

“A importância da presença das aves num território é sobejamente conhecida pelo contributo para o equilíbrio dos seus ecossistemas e também enquanto instrumento de grande utilidade na educação e sensibilização para a proteção e conservação de outros valores ambientais.”

Recentemente, a Câmara Municipal instalou dois novos equipamentos de observação, em Esposende e em Antas, nos estuários do Cávado e Neiva, e colocou painéis informativos nas redes de infraestruturas de Visitação da Natureza do Município.

O guia está disponível em edição impressa, mas também em versão digital, no portal de turismo.

Esta edição foi concretizada no âmbito da candidatura “Qualificação das Experiências da Natureza do Minho – Rede de Infraestruturas de Visitação da Natureza do Município de Esposende”, um projeto âncora aprovado no âmbito do Aviso NORTE-28-2018-04, enquadrado na Estratégia de Eficiência Coletiva PROVERE. Tem um investimento total de cerca de 40.000 euros, sendo comparticipado a 85%, através do norte2020.


AVIFAUNA DO CONCELHO DE ESPOSENDE – REDE DE OBSERVATÓRIOS DA NATUREZA

Por Jorge Araújo da Silva

Município de Esposende

Data de publicação: Junho de 2021

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.