Chapim-real (Parus major). Foto: Luc Viatour/Wiki Commons

Estamos convidados a procurar aves e insectos no Jardim Gulbenkian

É um bom pretexto para dizer adeus ao Verão. Este sábado, 18 de Setembro, os cientistas unem-se a visitantes do jardim para anilhar e identificar as aves deste espaço verde lisboeta. Também se vai andar em busca de borboletas, escaravelhos e outros bichos.

O dia vai começar logo pelas 9h30, com uma oficina de anilhagem científica aberta a adultos e crianças com mais de 12 anos. A anilhagem é “uma técnica utilizada em ornitologia que consiste na aplicação de uma anilha numerada e exclusiva na pata de uma ave”, explica o site da Fundação Calouste Gulbenkian.

O objectivo é desde logo ficar a saber quais são as rotas das aves anilhadas durante as migrações – em especial a origem e o destino – pois se forem novamente recapturadas será possível identificá-las através da cor e das números inscritos no pequeno anel que transportam na pata.

As acções de anilhagem permitem também “estudar aspectos da biologia, da ecologia, do comportamento e dos movimentos das aves selvagens”.

a asa de uma pequena ave é medida
Sessão de anilhagem. Foto: Filipa Sargaço

No Jardim Gulbenkian, esta oficina realiza-se anualmente no final do Verão ou início de Outono, orientada – tal como vai acontecer este sábado – por João Eduardo Rabaça. Este professor e coordenador do LabOr – Laboratório de Ornitologia da Universidade de Évora é também autor do livro “As Aves do Jardim Gulbenkian”, publicado em 2016.

Chapins, estrelinhas, melros, toutinegras e gaios são algumas das aves que foram anilhadas nos últimos quatro anos. Quem participar vai assistir e pode colaborar nas operações de captura, anilhagem, medição, pesagem, observação, análise e registo, e aprender detalhes da biologia e ecologia de aves.

As vagas são limitadas e o uso de máscara obrigatório. É necessário comprar bilhete na Fundação Gulbenkian para participar.

Aprender com biólogos

Já no caso do Bioblitz no Jardim Gulbenkian, os bilhetes são gratuitos mas têm de ser levantados na bilheteira. Nesse caso, por cada pessoa, é possível levantar um bilhete de adulto e dois para os mais novos. Esta iniciativa, aberta para adultos e crianças com mais de seis anos, tem início às 14h00.

Quem se juntar a esta acção de ciência cidadã vai ter oportunidade de visitar o jardim acompanhado por cientistas, colaborando com estes nas observações e identificação de aves e insectos. Desta forma, “os cidadãos podem ser participantes activos nos processos científicos, enquanto aumentam os seus conhecimentos, sentido de análise e sentido crítico em diferentes áreas”, explica uma nota publicada no site da fundação.

borboleta-de-asas-pretas-com-riscas-vermelhas-e-brancas-pousada-numa-flor
Borboleta almirante-vermelho (Vanessa atalanta). Foto: Kristian Peters / Wiki Commons

Organizado pela associação Biodiversity4All, este bioblitz termina ao final da tarde, pelas 17h30, com a divulgação dos resultados: quantas observações foram feitas e de quantas espécies. Esses dados vão permitir também conhecer-se melhor a evolução da biodiversidade no jardim.


Saiba mais.

Conheça melhor o que se vai fazer este sábado, 18 de Setembro, na oficina de anilhagem, aqui, e também no bioblitz, nesta nota.

Consulte a muita informação já disponível sobre a biodiversidade no Jardim Gulbenkian, aqui.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.