Foto: Joana Bourgard

Guia para uma visita ao Borboletário de Lisboa

Agora que já reabriu o Borboletário do Museu Nacional de História Natural e da Ciência, a 21 de Março, deixamos-lhe sugestões para que aproveite ao máximo a visita à casa das nossas borboletas.

 

O que ver:

Neste jardim com 200 metros quadrados não tem de procurar muito até ver borboletas. Em média há cerca de 200 borboletas comuns de Portugal em voo num dia de sol.

Reabertura do borboletário do Jardim Botânico do Museu de História Natural. Foto: Joana Bourgard

 

Para os visitantes mais impacientes, há borboletas a esvoaçar diante do nariz, enquanto outras estão pousadas nas folhas das árvores e arbustos, no chão de gravilha, penduradas do tecto de rede ou de flores. Para aqueles que têm uma veia de detective e gostam de procurar, também há borboletas meio escondidas entre as folhas ou aquelas que se confundem com as plantas mediterrânicas.

 

Reabertura do borboletário do Jardim Botânico do Museu de História Natural. Foto: Joana Bourgard

 

O Borboletário foi recriado para receber entre 20 a 30 espécies de borboletas, das 135 diurnas e 2500 nocturnas registadas em Portugal. Procure as borboletas monarca, cauda-de-andorinha, almirante-vermelho, carnaval, malhadinha, borboleta-grande-da-couve, grande-pavão-nocturno e a pequena-pavão-nocturno.

Fique a conhecer quais são as plantas de que cada espécie precisa para viver, seja para as borboletas porem os ovos e se alimentarem enquanto ainda lagartas, ou por causa do néctar que ingerem quando são já adultas.

 

Reabertura do borboletário do Jardim Botânico do Museu de História Natural. Foto: Joana Bourgard

 

E ainda pode espreitar os peixes do pequeno lago no centro do jardim ou sentar-se num dos bancos e esperar que alguma borboleta lhe pouse no ombro. Talvez uma monarca ou almirante-vermelho, mais “sociais” do que as malhadinhas.

 

Descubra o que está a acontecer:

Além das borboletas em estado adulto, ou seja, em voo, também há ovos, lagartas, crisálidas e casulos (estes no caso das espécies nocturnas).

 

Reabertura do borboletário do Jardim Botânico do Museu de História Natural. Foto: Joana Bourgard

 

Isto acontece porque este borboletário não é um jardim de espécies tropicais, onde os animais são importados na fase de crisálida. Aqui, faz-se a reprodução das borboletas comuns da fauna europeia e, por isso, pode assistir a todo o ciclo de vida destes animais. Neste jardim, as borboletas acasalam, põem ovos, eclodem dos ovos, passam a lagartas, depois a crisálidas e, por fim, a adultos.

O Borboletário colocou placas explicativas um pouco por todo o jardim, para o ajudar a não deixar de reparar em nada.

 

As melhores alturas para visitar:

Procure fazer a visita num dia de sol e evite os dias encobertos e de chuva, nos quais as borboletas não estão a voar, porque precisam de energia. O limite máximo do espaço é de 30 pessoas de cada vez.

Reabertura do borboletário do Jardim Botânico do Museu de História Natural. Foto: Joana Bourgard

 

Se quiser pode participar no dia-a-dia do Borboletário:

Pode ajudar a manter e a fazer crescer este espaço oferecendo plantas como couves, funchos, arrudas e urtigas. De momento, o Borboletário não tem um viveiro para ir buscar as plantas suficientes para manter as borboletas durante todo o ano.

 

Reabertura do borboletário do Jardim Botânico do Museu de História Natural. Foto: Joana Bourgard

 

Além disso, se vir lagartas a comer as suas arrudas ou couves, não as mate. Contacte a equipa do Borboletário e pergunte se as pode trazer, dentro de uma caixinha, com um bocadinho da planta.

 

Inspire-se para fazer o seu jardim de borboletas:

Tenha plantas hospedeiras para estes animais porem ovos e para as lagartas comerem e flores com néctar para atrair os adultos. Pode fazer o seu jardim para as borboletas num terreno pequeno ou até numa varanda. A equipa do Borboletário conhece um caso de borboletas que puseram ovos numa varanda de um 10º andar no centro de Lisboa.

Reabertura do borboletário do Jardim Botânico do Museu de História Natural. Foto: Joana Bourgard

 

Horário:

Aberto ao público de 21 de Março a 15 de Novembro

Terça a Domingo – 10h00 às 17h00

Encerra à segunda-feira e feriados

Em funcionamento todo o ano para grupos escolares mediante marcação prévia.

[divider type=”thin”]Saiba mais sobre o Borboletário lendo as respostas às quatro perguntas que fizemos à equipa que mantém o espaço.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.