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Há uma nova aplicação para descobrir as poças de maré

Foto: Cascais Ambiente

Chama-se “Roteiro Entre Marés” e embora ainda esteja em período de desenvolvimento (e ainda apenas para Android) já permite “mergulhar” e conhecer os habitantes das poças de maré da zona de Avencas (Parede) e sapal da Ria Formosa (Algarve).

O objectivo desta aplicação, desenvolvida por investigadores do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, é “atuar ao nível da valorização dos recursos naturais e culturais ligados à costa portuguesa, especificamente à zona entre-marés”, segundo um comunicado da Cascais Ambiente.

A aplicação usa como exemplo dois ecossistemas costeiros distintos: a plataforma rochosa classificada como Área Marinha Protegida das Avencas e uma zona de sapal no Parque Natural da Ria Formosa.

O “Roteiro Entre Marés” apresenta dois itinerários de descoberta pensados para alunos e professores, mas também para o público em geral. Os percursos que podem ser visitados estão devidamente identificados para evitar o pisoteio de espécies protegidas.

Foto: Cascais Ambiente

A proposta passa pela visita (presencial e virtual) a um conjunto de “estações de exploração” em cada um destes ecossistemas costeiros, relacionadas com a biodiversidade destes locais, com as adaptações características das espécies residentes, com as pressões a que estão sujeitas e com o tipo de utilização humana característica destes locais.

“Em casa, ou no local, o público acede a informações de caráter científico trabalhadas de forma simples e acessível”, que permitem melhorar o conhecimento “sobre a importância do mar e da influência que o mar tem nas suas vidas, bem como dos efeitos que o seu comportamento pode ter nos ecossistemas costeiros”.

A aplicação teve o financiamento do Fundo Azul – Direção Geral de Política do Mar, no âmbito da Monitorização e Proteção do Ambiente Marinho, consciencialização social sobre a importância do mar. Tem como instituições parceiras a EMAC – Empresa Municipal de Ambiente de Cascais, a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa – Departamento de informática, a Escola Superior de Educação João de Deus, a Universidade Aberta – Departamento de Ciências e Tecnologia, o MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente e o Centro de Ciência Viva de Tavira.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.