Há uma nova exposição interactiva para quem gosta de saber mais sobre aves marinhas

“As aves, os nossos olhos no mar”, é a nova exposição interactiva, de acesso livre e gratuito, feita pela Sociedade Espanhola de Ornitologia para quem gosta e quer saber mais sobre as aves marinhas, mesmo sem sair de casa.

Esta exposição digital mostra a diversidade destas aves, consideradas entre as mais ameaçadas do mundo. Tem um formato online e interactivo e pretende chegar a todas as pessoas interessadas em conhecer a vida que sobrevoa os nossos mares e oceanos.

O projecto nasce do programa Zepamar III e foi realizado pela Sociedade Espanhola de Ornitologia (SEO/Birdlife), trazendo uma mensagem conservacionista e de importância da convivência harmoniosa entre estas espécies e, em especial, os pescadores.

Assim, a partir de agora é possível abrir uma janela para o meio marinho e ver alguns dos seres vivos que encontram ali o seu modo de vida. Através de fotografias, a exposição mostra a beleza do mar e das suas zonas costeiras, assim como das espécies que os sobrevoam, ao mesmo tempo que fala sobre as ameaças que enfrentam, nomeadamente a captura acidental em redes de pesca.

A exposição está organizada em cinco partes: “O programa marinho da SEO/Birdlife”; “As aves marinhas, grandes viajantes”; “Raras e muito ameaçadas”, “Capturas acidentais, um problema para todos”; e “Os pescadores, colaboradores essenciais”. Há ainda um outro bloco de informação dedicado à Rede Natura 2000, conjunto de áreas protegidas a nível europeu.

“Com esta exposição quisemos inovar e ir mais além, para que todos os públicos interessados possam aceder, a partir de qualquer dispositivo ou suporte visual, sem ter de se deslocar”, explicou Beatriz Barajas, técnica do Programa Marinho da SEO/Birdlife, em comunicado.

Além dos voos em formação de cagarras-do-mediterrâneo (Calonectris diomedea) a rasar as águas, dos voos planados de alcatrazes (Morus bassanus), das colónias de corvos-marinhos ou das fantásticas aterragens de almas-de-mestre (Hydrobates pelagicus), aparecem outras cenas, desoladoras, de aves presas em redes, apanhadas em marés negras ou com anzóis nas gargantas.

Todas são imagens realizadas por fotógrafos e biólogos que passam muitas horas a observar os comportamentos destas espécies únicas, tanto em terra como no mar, para os dar a conhecer.

Juntamente às imagens das aves, a exposição traz testemunhos e fotografias de pescadores que contam na primeira pessoa a sua ligação a elas, que são “os seus olhos no mar”.

A exposição “As aves, os nossos olhos no mar” (“Las aves, nuestros ojos en el mar”) tem uma versão impressa, formada por 18 painéis, que passou durante um ano por várias cidades, desde Barcelona a Girona, Madrid e Pontevedra.


Saiba mais sobre aves marinhas aqui.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.