Lançada caderneta de cromos sobre o lobo-ibérico

A caderneta digital tem 184 cromos para coleccionar e para aprender mais sobre o lobo-ibérico (Canis lupus signatus) e sobre o esforço para proteger esta espécie classificada Em Perigo. É a mais recente iniciativa para comemorar os 30 anos do Grupo Lobo.

 

Os cromos são, essencialmente, fotografias que mostram a vida dos lobos, como são, onde vivem, o que fazem e o que está a ser feito para os proteger. E não faltam os 14 lobos que residem no Centro de Recuperação do Lobo Ibérico, no Picão, na Freguesia do Gradil (Mafra).

Esta é “uma caderneta digital, onde as pessoas podem comprar e trocar os seus cromos on-line e com coleccionadores de todo o mundo”, explica à Wilder o Grupo Lobo, que admite vir a “tentar fazer a impressão das cadernetas para os que queiram optar por esta versão”.

Neste momento, os cromos já estão à venda aqui. Cada cromo tem o custo de 0,06€. São vendidos em saquetas que contêm cinco cromos e estas têm o custo de 0,30€. As receitas da caderneta revertem na totalidade para o Grupo Lobo.

A caderneta é uma iniciativa do Grupo Lobo em parceria com a COLARA. “Pretendemos sensibilizar o público, que neste tipo de colecções abrange uma vasta faixa etária, para a importância da conservação do lobo”, acrescenta.

Ao longo dos 30 anos a trabalhar para conservar a espécie, os responsáveis salientam o que mudou. “Notamos que se tem falado mais sobre o lobo e que existem mais pessoas empenhadas e preocupadas com a sua conservação”. Por outro lado, dizem, “as questões associadas à presença deste animal, nomeadamente em regiões rurais, irão levar mais tempo para conseguirmos mudar percepções”.

A população de lobo-ibérico, espécie protegida em Portugal desde 1988, está estimada em 2800 animais, 300 dos quais em Portugal, segundo o último censo nacional ao lobo-ibérico feito há mais de dez anos.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.