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Para fazer: registar as plantas aquáticas do concelho de Idanha-a-Nova

Até 22 de Março qualquer pessoa pode participar no concurso de identificação e registo de plantas aquáticas do concelho de Idanha-a-Nova. Quem registar mais espécies recebe uma câmara submersível GoPro.

A participação neste concurso – a decorrer de 23 de Dezembro de 2021 a 22 de Março de 2022 – é aberta a todos os cidadãos ou visitantes de Idanha-a- Nova, sem qualquer limite de idades.

Para participar é apenas preciso registar as plantas aquáticas (nativas e/ou invasoras) que encontrar em Idanha-a-Nova na plataforma iNaturalist. Para isso, pode descarregar a aplicação iNaturalist para o telemóvel e, depois, carregar as fotografias das plantas aquáticas para ser feita a sua identificação.

“Cada participante pode carregar as fotos de plantas que desejar, sem limites, no entanto, apenas serão contabilizadas para o concurso as fotos captadas no território do concelho de Idanha-a-Nova”, segundo o regulamento do concurso.

O vencedor do concurso será a pessoa com o maior número de espécies aquáticas identificadas no território do município de Idanha-a-Nova.

Até ao momento, a plataforma de registo deste concurso tem 57 observações num total de 25 espécies de plantas. A espécie com mais registos é a planta meruje (Montia fontana), espécie nativa.

Segundo a autarquia, entre os objectivos deste concurso estão o incentivo do interesse e conhecimento pela flora local e a estimulação da “preservação e a regeneração dos ecossistemas e evitar os danos causadas por espécies invasoras”.

Ludevígia-rastejante, espécie exótica invasora. Foto: Nagarazoku/WikiCommons

As plantas identificadas serão utilizadas para fins científicos e de apoio às decisões de gestão ambiental do município. 

A data de entrega do prémio será definida, posteriormente, pela Câmara Municipal de Idanha-a-Nova.

Este concurso, promovido pela Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, faz parte de um projecto mais amplo, o LudVISION. Este é um projecto de prevenção e controlo de espécies exóticas invasoras aquáticas e ripícolas, financiado pelo Ministério do Ambiente, através do Fundo Ambiental, em 84 449,72€.

O protocolo foi assinado a 29 de Outubro de 2021 pela vice-presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, Idalina Costa, numa cerimónia presidida por João Pedro Matos Fernandes, Ministro do Ambiente e da Ação Climática, em Lisboa.

O objectivo do LudVISION é “desenvolver atividades de prevenção, controlo e contenção ou erradicação de espécies exóticas invasoras aquáticas no concelho de Idanha-a-Nova, especificamente na ribeira da Toulica, que integra a bacia hidrográfica do rio Aravil, afluente do Tejo, onde foi detetada em 2020 uma nova espécie exótica invasora para a região, a Ludwigia peploides, na albufeira da Barragem da Toulica, em Zebreira”, explica o município em comunicado. 

A ludevígia-rastejante (Ludwigia peploides), com as suas bonitas flores amarelas de cinco pétalas, foi trazida das Américas para embelezar jardins e acabou a asfixiar os rios portugueses. É uma planta aquática anfíbia que tanto pode crescer submersa, como flutuante na margem, ou então crescer em terra.

Em Idanha-a-Nova estão a ser usados drones para mapear esta espécie que na sua forma aquática é facilmente reconhecível na foto aérea.


Saiba mais.

Os peritos Jael Palhas e Hélia Marchante, investigadores no Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra e na Escola Superior Agrária de Coimbra explicaram recentemente na Wilder tudo sobre a ludevígia-rastejante.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.