Foto: Samuel Costa

Saiba como participar no 1º fim-de-semana da vaca-ruiva

Nos dias 16 e 17 de Julho, entusiastas da vaca-ruiva (Lucanus barbarossa) vão estar em cinco distritos a guiar passeios na natureza para procurar este espantoso escaravelho. Saiba o que vai acontecer e como se pode juntar.

Não é todos os dias que podemos ver vacas-ruivas, um dos escaravelhos icónicos de Portugal. Neste fim-de-semana as oportunidades de conseguirmos observar esta espécie aumentam. E bastante.

Foto: Cláudio Carvalho

No 1º Fim-de-Semana da Vaca-ruiva estão a ser preparadas seis actividades gratuitas em cinco distritos: Coimbra, Vila Real, Leiria, Lisboa e Santarém. Todas vão acontecer ao crepúsculo e início da noite, baseando-se na realização de um passeio interpretativo, num habitat característico para a espécie.

“Todas as atividades serão dinamizadas por diferentes monitores da Rede de Embaixadores, com o intuito de dar a conhecer a vaca-ruiva e os seus habitats aos cidadãos portugueses”, explicou hoje à Wilder João Gonçalo Soutinho, biólogo e um dos responsáveis pelo projecto VACALOURA.pt.

Cada atividade conta com um programa específico.

No distrito de Coimbra, vão ser organizados dois passeios, ambos a partir das 20h00, um no Vale de Cântaro, Palheira, (16 de Julho), e outro em Assafarge, Abrunheiro (17 de Julho).

Em Vila Real está previsto um passeio em São Mamede de Ribatua, Alijó, a partir das 20h30, no dia 16 de Julho.

Em Leiria, o passeio será nas Grutas da Moeda, Batalha, a partir das 21h00, a 17 de Julho.

A actividade em Lisboa está prevista para 17 de Julho, às 20h00, no Planalto das Cesaredas, Lourinhã.

Por fim, no distrito de Santarém vai acontecer um passeio em Ponte de Peniche, Tomar, às 20h00 de dia 17 de Julho.

Foto: Samuel Costa

“Em 2020 foi o primeiro ano com uma campanha direcionada à espécie”, lembrou João Gonçalo Soutinho. “Este desafio foi possível graças ao envolvimento de embaixadores das regiões onde a vaca-ruiva ocorre, nomeadamente a Associação PATO, a Associação 30POR1LINHA, o grupo Aves da Batalha, a Associação MilVoz, o Helder Cardoso – Biodiversidade & Ecologia e ainda de voluntários naturalistas.”

Daí à organização deste fim-de-semana foi um passo.

“O entusiasmo e a dedicação espelharam-se nos resultados e nas aprendizagens que todos adquirimos. Este ano a rede cresceu, a motivação e a ambição de chegar mais longe pela vaca-ruiva também. Temos o sucesso dos fim-de-semanas da vaca-loura como exemplo e por isso decidimos replicar esta iniciativa para esta espécie.”

A vaca-ruiva (Lucanus barbarossa) pertence à família dos lucanídeos, tal como a vaca-loura e outras duas espécies em Portugal. 

Este escaravelho apenas se pode encontrar na Península Ibérica, sul de França e norte de África. Em Portugal, a distribuição conhecida atual da espécie vai de Bragança até à Península de Setúbal. A zona onde será mais abundante é a região Centro, estando ainda ausente em todo o Minho e região litoral até Leiria.

Esta espécie vive em zonas de carvalho-cerquinho, carvalho-negral e azinheira, normalmente em zonas de floresta e nos seus limites, especialmente se forem em zonas com iluminação, sendo a espécie atraída por fontes de iluminação artificial. A espécie aparenta ter maior atividade à noite, sendo por vezes encontrada no início da manhã.   



Saiba mais sobre o fim-de-semana aqui. E pode inscrever-se nas actividades aqui.

Explore o nosso pequeno guia dedicado à vaca-ruiva e prepare-se para o fim-de-semana.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.