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Sugestão de férias: Estações da Biodiversidade nas Montanhas Mágicas

 As férias de Verão foram feitas para o descanso, mas também para conhecer destinos diferentes. A pensar nisso, na Wilder pedimos a naturalistas e especialistas ligados à biodiversidade algumas sugestões de passeio. Esta é de Patrícia Garcia Pereira, do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

 

No mês de Agosto, aconselho vivamente uma visita às estações da biodiversidade (EBIO) localizadas nas Montanhas Mágicas, uma região de turismo ambiental sustentável, que vai desde a Serra da Freita a Montemuro.

Começando do litoral para o interior, podem ser visitadas as seguintes estações da biodiversidade: EBIO Merujal (Arouca), Biospots do Passadiço do Paiva (Arouca), EBIO Vale do Bestança (Cinfães) e EBIO Campo Benfeito (Castro Daire).

Com a combinação da paisagem de serra, com os vales e planaltos, com a proximidade dos rios Paiva, Bestança ou Balsemão, os percursos pedestres têm sempre áreas de sombra e permitem um passeio fresco, apesar do calor.

Nesta altura do ano estão a voar borboletas e libélulas muito interessantes, para além de toda a restante diversidade de plantas e animais, sendo ideal para combinar a atividade de RIPAR (Registar, Identificar e PARtilhar) a biodiversidade com um banho numa praia fluvial.

 

EBIO MERUJAL

Concelho Arouca

EBIO Merujal. Fotografia: ®Rui Félix
EBIO Merujal. Fotografia: ®Rui Félix

 

Extensão: 1,7 km

Coordenada inicial: 40°52’22.52″N; 8°17’29.76″W

Como chegar? Dirija-se ao Parque de Campismo do Merujal e siga para o pinhal onde se encontra o painel inicial da EBIO.

O percurso da Estação da Biodiversidade do Merujal pertence ao Sítio Natura 2000 da “Serra da Freita e Arada” e coincide com o PR7 (percurso pedestre de pequena rota) – “Nas escarpas da Mizarela”. A estação começa no pinhal do Parque de Campismo e atravessa a serra até ao miradouro da Frecha da Mizarela. Na descida para a frecha, na continuação do percurso já marcado, encontram-se mais dois painéis que realçam espécies características da biodiversidade da zona de carvalhal.

 

BIOSPOTS DO PASSADIÇO DO PAIVA

Concelho: Arouca

Oxygastra curtisii. Fotografia por: ®Albano Soares
Oxygastra curtisii, fotografada no passadiço do rio Paiva. Fotografia por: ®Albano Soares

 

Extensão: 8 km

Coordenada inicial: 40°57’9.89″N; 8°10’32.18″W (Praia do Areinho)

Como chegar? Recomendamos a chegada ao passadiço pelo acesso do Areinho, onde encontra um parque de estacionamento, e percorrer o passadiço até Espiunca.

Ao longo do passadiço do Paiva foram criados 9 Biospots para destacar algumas das espécies mais emblemáticas e comuns, especialmente insectos e plantas. Os passadiços permitem uma proximidade ao leito do rio e à vegetação envolvente particularmente adequada para observar e fotografar, especialmente borboletas ou libélulas.

Este troço do rio Paiva está incluído na Rede Natura 2000 como Sítio de Interesse Comunitário (SIC) e contém cinco dos geosítios sinalizados pelo geoparque de Arouca (e marcados nos painéis dos Biospots), que podem ser observados de perto no passadiço: Garganta do Paiva, Cascata das Aguieiras, Praia do Vau, Gola do Salto e os aspectos geotectónicos de Espiunca. Na Praia do Vau, encontra uma ponte suspensa sobre o rio, que permite a ligação ao percurso pedestre GR 28 de Arouca.

 

EBIO VALE DO BESTANÇA

Concelho: Cinfães

Euplagia quadripunctaria, na EBIO Vale do Bestança. Fotografia por: Rui Félix
Euplagia quadripunctaria, na EBIO Vale do Bestança. Fotografia por: Rui Félix

 

Extensão 1,5 km

Coordenada inicial 41° 2’9.15″N; 8° 3’7.27″W

Como chegar? A Estação da Biodiversidade do Vale do Bestança começa em Valverde, uma aldeia mesmo ao pé de Cinfães, e termina no fundo do vale, na propriedade do Prado.

 

EBIO Vale Bestança. Fotografia por: ®Albano Soares
EBIO Vale Bestança. Fotografia por: ®Albano Soares

 

O percurso pertencente ao SIC Montemuro acompanha a descida do vale até ao rio Bestança, um dos poucos rios portugueses sem qualquer intervenção humana no seu curso de água. O Bestança nasce na Serra de Montemuro e tem 13,5 km de extensão até desaguar no rio Douro. Ao longo do vale podemos apreciar a vegetação ribeirinha bem desenvolvida, misturada com manchas de carvalho, terminando numa zona de prados e pastagens. Os últimos painéis estão localizados junto à propriedade “Prado”, da Associação de Defesa do Vale do Bestança, criada para proteger e conservar este ecossistema tão sensível.

 

EBIO CAMPO BENFEITO

Concelho: Castro Daire

EBIO Campo Benfeito. Fotografia por: ®Albano Soares
EBIO Campo Benfeito. Fotografia por: ®Albano Soares

 

Extensão: 1 km

Coordenada inicial: 40°59’45.64″N; 7°55’43.84″W

Como chegar? Dirija-se à fonte da aldeia de Campo Benfeito, onde encontrará um painel informativo do projeto Higro. Siga a sinalização dos percursos pedestres do Higro até encontrar o painel inicial da EBIO.

O percurso da Estação da Biodiversidade de Campo Benfeito pertence ao sítio Natura 2000 de Montemuro. É composto por um mosaico de campos agrícolas e pastagens, delimitados por vegetação ribeirinha e áreas de carvalhal. Este caminho coincide com o “Trilho dos Carvalhos” sinalizado pela Câmara Municipal de Castro Daire. Na área da EBIO encontram-se igualmente outros percursos sinalizados pela Quercus, no âmbito do projeto Life + Higro.

 

Limenitis reducta, na EBIO Campo Benfeito. Fotografia por: ®Rui Félix
Limenitis reducta, na EBIO Campo Benfeito. Fotografia por: ®Rui Félix

 

[divider type=”thin”]Agora é a sua vez.

Na segunda quinzena de Agosto, uma equipa do Tagis, em parceria com o Arouca Geoparque, vai fazer visitas guiadas ao Passadiço do Paiva e à EBIO do Merujal, nos dias 22 e 23 de agosto (inscrições em [email protected]).

Para conhecer mais sobre as 24 Estações da Biodiversidade que já estão actualmente abertas ao público, de Norte a Sul do país, pode recolher mais informações nas páginas da associação Tagis ou das EBIO.