Um rapaz olha para o céu por um par de binóculos
Foto: SPEA

EuroBirdwatch quer pôr portugueses de olhos nas aves

A nova edição do EuroBirdwatch acontece este ano de 29 de Setembro a 1 de Outubro por todo o país, incluindo os Açores e a Madeira. São 26 iniciativas, muitas gratuitas, outras a preços reduzidos, para levar mais pessoas a conhecerem a grande diversidade das aves que as rodeiam.

 

Outro dos objectivos do EuroBirdwatch: “Sensibilizar as pessoas para a migração das aves e para os perigos que estas enfrentam nas viagens de deslocação”, adianta Alexandra Lopes, da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), entidade que em Portugal coordena este evento desde 1999.

“Queremos também chamar a atenção das pessoas para a importância de protegerem os locais que a que as aves recorrem no âmbito das migrações, tanto para alimentação como para nidificarem”, acrescenta.

É por isso que, todos os anos, o EuroBirdwatch acontece no primeiro fim-de-semana de Outubro, no auge das migrações de Outono, tanto em Portugal como nos outros países europeus onde há entidades parceiras da BirdLife International – organizadora deste evento a nível internacional, desde 1993.

É nesta altura que muitas espécies “estão a migrar para Sul, em direcção a África, enquanto outras chegam a Portugal vindas de países mais a Norte”, adianta a responsável da SPEA, coordenadora do Departamento de Cidadania Ambiental.

Este ano, são 26 as entidades que em Portugal se juntam ao evento, entre empresas, organizações não governamentais, municípios e áreas protegidas, com acções que incluem ‘workshops’, saídas de barco ou passeios no campo.

Quem pode participar? “Todos os interessados. É uma óptima oportunidade, até para quem nunca esteve neste tipo de actividades, para colocar perguntas e observar as aves mais de perto com o apoio de especialistas.”

Alexandra Lopes faz ainda uma ressalva: no caso de crianças mais pequenas, com menos de 10 anos, estas podem ter alguma dificuldade em manusear os telescópios e binóculos colocados à disposição do público. Isto com excepção das acções dirigidas aos mais novos, é claro.

As inscrições devem também fazer-se com alguma antecedência, avisa, uma vez que o número de vagas costuma ser reduzido. “Costuma haver disponibilidade para 15 a 20 pessoas.”

Este ano, a SPEA espera um número de participantes maior do que em 2016, quando se inscreveram cerca de 400 pessoas. “Temos mais entidades parceiras, face às cerca de 20 do ano passado, e começámos mais cedo com a divulgação.”

 

[divider type=”thin”]Saiba mais.

Consulte aqui o programa completo do EuroBirdwatch 2017.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.