Cinco patos para procurar neste Inverno

Estas são cinco espécies de patos que não pode deixar de ver neste Inverno, escolhidas por Gonçalo Elias, do portal Aves de Portugal, e pintadas pela ilustradora Inês Lira. Aproveite porque esta será a melhor época do ano para observar patos. Os machos ostentam a sua plumagem nupcial para conquistar as fêmeas, enchendo lagoas, estuários e albufeiras do país com as suas cores garridas.

 

Por estes dias frios de Inverno, os patos machos terão as cores de reprodução a trabalhar em seu favor. É preciso conquistar as fêmeas e formar casais nos seus territórios de Inverno. As suas cores garridas vão desde o avermelhado ao amarelo, passando pelo verde e azul. Nenhum esforço é poupado para impressionar. A sua plumagem nupcial vai durar até ao final da Primavera, altura em que começa a dar lugar à plumagem de eclipse. Então, os machos serão quase idênticos às fêmeas.

Vamos, então, aproveitar para observar este espectáculo de Inverno. Segundo Gonçalo Elias, os melhores locais para visitar são a Quinta do Lago (Loulé), Castro Marim, a Lagoa de Santo André (Santiago do Cacém), a Lagoa de Albufeira (Sesimbra), a pateira de São Jacinto (Aveiro) e o Paul do Taipal (Montemor-o-Velho).

E agora, as cinco espécies a não perder, da mais pequena para a maior:

(E já agora, participe no esforço de monitorização das aves que ocorrem em Portugal submetendo as espécies que vir na plataforma de registos eBird Portugal).

Marrequinha-comum (Anas crecca):

 

A marrequinha-comum tem um comprimento entre os 34 e os 38 centímetros, com uma envergadura de asa entre os 53 e os 59 centímetros. O macho reprodutor distingue-se facilmente por causa da cabeça castanha com faixas laterais verdes e da listra branca lateral ao longo do corpo cinzento. Tem um voo ágil e rápido. Segundo o portal Aves de Portugal, este é um dos nossos patos mais abundantes e por vezes junta-se em bandos de centenas de indivíduos.

 

Negrinha (Aythya fuligula): 

 

A negrinha tem um comprimento entre 40 e 47 centímetros e uma envergadura de asa entre os 65 e os 72 centímetros. Procure a sua plumagem negra, flancos brancos muito bem definidos e na cabeça uma crista longa e descaída para trás. Os olhos são amarelos. Está de visita a Portugal entre Outubro e Março mas outrora já foi um visitante mais comum. Segundo o Aves de Portugal, este pato parece ser actualmente bastante raro e irregular no nosso país. A pateira de São Jacinto é um dos melhores locais para o procurar.

 

Pato-trombeteiro (Anas clypeata)

 

Este é um pato de dimensão média a grande, com um comprimento de 44 a 52 centímetros e uma envergadura de asa entre os 73 e os 82 centímetros. Uma das suas características principais é o bico longo e largo. Durante a época de reprodução, procure a cabeça verde (ao longe pode parecer muito mais escura), o peito branco e os flancos castanhos. Segundo o Aves de Portugal, esta é uma das espécies de patos mais comuns no nosso país durante a época de Invernada, de Agosto a Abril.

 

Pato-de-bico-vermelho (Netta rufina):

 

O pato-de-bico-vermelho é relativamente grande, com um comprimento entre os 53 e os 57 centímetros e uma envergadura de asa entre os 85 e os 90 centímetros. Uma boa dica para identificar os machos nesta altura do ano é a cabeça grande e arredondada de tons alaranjados, o bico de um vermelho intenso e um peito preto. Procure-o em lagoas e albufeiras que tenham margens com bastante vegetação.

 

Arrabio (Anas acuta):

 

Esta espécie tem um tamanho muito parecido ao do pato-real, com os seus 51 a 62 centímetros de comprimento e envergadura de asa entre os 79 e os 87 centímetros. Distingue-se, sobretudo, por ser esguio e elegante, com asas longas e cauda afilada. O macho reprodutor tem a cabeça e parte superior do pescoço castanhas e o peito branco. Pode procurá-lo a partir de Outubro, especialmente na região Sul do país.

 

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Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.