Comunidade naturalista ruma ao Estuário do Sado para a 10ª ObservaNatura

Especialistas em aves, morcegos, libélulas, anfíbios, escaravelhos, ursos, cetáceos e tesouros botânicos, fotógrafos, ilustradores, realizadores, escritores e jornalistas celebram este fim-de-semana o gosto pela natureza na Feira de Turismo da Natureza. A entrada é livre.

 

A 10ª edição do evento preparou um programa com mais de 50 actividades e 21 palestras, entre elas passeios, workshops, minicursos, ateliers, jogos e sessões de anilhagem. Haverá ainda um espaço com mais de 34 expositores, desde operadores turísticos de natureza a empresas de material ótico e venda de produtos locais.

“As actividades destinam-se a todas as faixas etárias, propondo palestras, workshops, minicursos, observação de aves e plantas, ateliers de educação ambiental e sessões de anilhagem, passeios e atividades, por terra e no rio Sado”, explicou à Wilder João Carlos Farinha, do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

As aves são o grande tema da Feira. Este ano pode conhecer os resultados do programa de monitorização de aves migradoras no Egipto, feito desde 2016 pela STRIX, e do programa de conservação luso-espanhol dedicado ao abutre-do-egipto e águia-perdigueira, LIFE Rupis.

Vítor Encarnação, do ICNF, vai explicar como nasceu a anilhagem científica de aves em Portugal e quais os seus resultados. No domingo de manhã haverá mesmo uma sessão de anilhagem de aves na Herdade da Mourisca.

Para quem quer ver aves, são várias as oportunidades neste fim-de-semana de 28 a 30 de Setembro. Haverá passeios de observação no Estuário do Sado e pontos fixos de observação, orientados pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (Spea).

Apesar de esta feira de turismo de natureza apostar no público específico ligado ao Turismo Ornitológico ou birdwatching, não esquece a restante biodiversidade.

Na ObservaNatura estarão pessoas envolvidas na conservação do cavalo-marinho e de libélulas e libelinhas, na Lista Vermelha da Flora Vascular, na plataforma nacional de registo de espécies Biodiversity4all e no censo dos escaravelhos que sustentam as florestas portuguesas.

Quem gosta de registar a natureza que encontra não pode perder as palestras dos ilustradores Pedro Salgado e Marco Nunes Correia, do fotógrafo e realizador Daniel Pinheiro, do escritor Paulo Caetano – um dos autores do livro Urso-pardo em Portugal: crónica de uma extinção – e do realizador Manuel Anselmo.

A Wilder também estará presente na ObservaNatura com um evento de Jornalismo ao Vivo, no sábado à tarde. Duas das nossas jornalistas vão contar ao vivo histórias inéditas preparadas para o momento. Em vez de clicar num artigo online, poderá ouvir e participar na história.

João Carlos Farinha adiantou que este ano, a feira não se realiza apenas na Herdade da Mourisca. “Pela primeira vez, a Feira estende as suas actividades para fora da Herdade, destacando-se a Casa da Baía, Albarquel e Tróia, como pontos de referência.” Segundo o responsável haverá transferes gratuitos a circular entre os diferentes locais com atividades.

No primeiro dia da Feira realiza-se a entrega dos prémios Natural Award 2018, no âmbito da marca criada em 2014 para dar a conhecer produtos e serviços oriundos das áreas protegidas.

A ObservaNatura “é sobretudo para os cidadãos”, disse João Carlos Farinha. Ainda assim, “não deixa de procurar informar quem quer esclarecer dúvidas e aprender mais sobre a fauna e flora que o rodeia”.

“Tem-se tornado um espaço de convívio dos amantes da natureza” e “de reencontros de amigos que partilham os mesmos gostos”.

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Pode consultar aqui o programa completo da ObservaNatura.

Horário de funcionamento da feira:
28 de setembro (6ª feira): 12h00 às 19h00
29 de setembro (sábado): 10h00 às 19h00
30 de setembro (domingo): 10h00 às 19h00

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.