esquilo vermelho meio escondido atrás de um coto de árvore
Esquilo-vermelho. Foto: Adrian Kirby/Pixabay

Estes sete animais são habitantes conhecidos das cidades

 

O novo livro Wild in The City – A Guide to Urban Animals Around the World, publicado pela Lonely Planet Kids, lança o desafio a leitores de todas as idades para irem em busca dos muitos animais que vivem em áreas urbanas. Desde mamíferos a anfíbios e répteis, desde insectos a aves.

 

Com ilustrações de Gianluca Foli, esta nova obra em inglês ensina a identificar as pistas e vestígios de cada grupo de animais, explica onde e quando se podem encontrar, e descreve a importância destes para a vida urbana. A autora, Kate Baker, descreve ainda 31 espécies que habitam em cidades por todo o mundo – incluindo exemplos em Lisboa e Coimbra.

Aqui ficam algumas curiosidades sobre sete animais urbanos que constam deste livro ilustrado e que também podem ver-se em cidades portuguesas. Que tal começar à procura?

 

1. Esquilo-vermelho

esquilo vermelho meio escondido atrás de um coto de árvore
Foto: Adrian Kirby/Pixabay

 

O esquilo-vermelho (Sciurus vulgaris), pode ser encontrado em cidades portuguesas como Lisboa e Coimbra, mas de fugida, poucos segundos antes de se esconder. Mas é uma visão comum e bem mais atrevida em São Petersburgo, uma das grandes cidades mais verdes da Rússia. “Dirija-se a um dos parques ou jardins com uma mão cheia de nozes e eles vão correr para os seus pés e comer directamente das suas mãos!”, descreve o livro Wild in the City. Entre várias curiosidades, fica-se a saber que “muitas das sementes que os esquilos [armazenam e] se esquecem de voltar a buscar crescem até serem árvores.”

 

2. Morcego

Morcego-orelhudo-castanho. Foto: Mwolf / Wiki Commons

 

Na cidade de Austin, nos Estados Unidos, a ponte da Congress Avenue é conhecida pelos milhares de morcegos da espécie Tadarida brasiliensis que se abrigam nas suas cavidades e dali saem ao cair do dia, para caçar insectos. Espécie conhecida em português do Brasil como morceguinho-das-casas, “nalgumas noites pode haver tantos como 1,5 milhões destes morcegos, que voam a velocidades superiores a 100 quilómetros por hora!”, explica o novo livro.

E embora o Tadarida brasiliensis não ocorra na Europa, em cidades portuguesas podem ver-se morcegos de outras espécies, que se abrigam em sótãos, telhados ou caixas de estores, por exemplo. É o caso dos morcegos-anões (Pipistrellus pipistrellus) da Biblioteca Joanina de Coimbra, que “ajudam velhos manuscritos e livros a pararem de ser comidos por insectos comedores de livros.” Durante o dia, escondem-se atrás das prateleiras.

 

3. Libélula

Foto: Friedrich Böhringer/Wiki Commons

 

Lisboa é apresentada nesta obra como a cidade das libélulas. É que nesta cidade portuguesa “há muitas espécies diferentes” destes insectos, incluindo a libélula-imperador-azul (Anax imperator) e a libélula-de-nervuras-vermelhas (Sympetrum fonscolombii). Estes animais têm olhos enormes, para detectarem a longas distâncias os insectos que comem, pois são “predadores ferozes”. Algumas espécies voam em enormes grupos para África, no final do Verão.

 

4. Falcão-peregrino

Foto: Carlos Delgado/Wiki Commons

 

O falcão-peregrino (Falco peregrinus) é uma presença regular em Barcelona, onde a catedral da Sagrada Família aloja uma família destas aves de rapina. Mas também em muitas outras cidades por todo o mundo, incluindo em Portugal. “A cidade lembra-lhes o seu habitat natural onde constroem ninhos no topo de penhascos ou pedreiras.” Este falcão, que come principalmente outras aves, como pombos, é o maior dos falcões portugueses. Na região de Lisboa, por exemplo, pode ser visto junto à Ponte 25 de Abril, junto ao Cristo Rei e também no Parque Tejo, indica por sua vez o portal Aves de Portugal.

 

5. Bufo-real

Bufo-real. Foto: Dick Daniels/Wiki Commons

 

Em Helsínquia, uma família de bufos-reais (Bubo bubo) fez ninho no topo de um centro comercial que fica frente à estação de comboios. Os espaços verdes da capital da Finlândia estão “cheios de coelhos selvagens e lebres”, presas muito apetecíveis para esta grande ave nocturna. No Euro 2008, um bufo-real chegou a invadir um jogo num estádio situado no centro da cidade, conta-se no livro. Em Portugal, é bastante menos fácil de encontrar em zonas urbanas, mas por vezes à noite pode ser observado – ou escutado – em grandes espaços verdes ali próximos.

 

6. Abelha

abelha europeia em cima de uma flor
Foto: Arturo Mann / Wiki Commons

 

As abelhas sem ferrão do Rio de Janeiro são conhecidas por ajudarem a polinizar frutos e outras colheitas e pelo fabrico de mel. “Apicultores locais fazem as suas próprias colmeias usando velhos vasos de plantas, cascas de coco, garrafas de plástico e outras embalagens recicladas.” Estas ficam penduradas dentro de casas e escolas no centro da cidade. Em cidades portuguesas – onde as colmeias domésticas são menos comuns – as abelhas-do-mel e também abelhas solitárias são facilmente vistas em dias de sol, de volta das flores dos parques e jardins.

 

7. Cegonha-branca

Foto: Gilles Pretet/Wiki Commons

 

O bairro medieval de Marraquexe, em Marrocos, é a casa de inúmeras cegonhas-brancas que fazem ninho no cimo dos telhados e de velhas torres. “As cegonhas-brancas constroem os seus ninhos em pares. Os machos recolhem a maioria dos materiais e as fêmeas fazem boa parte da construção.” Em Portugal e Espanha, milhares de cegonhas “fizeram a sua casa próxima de lixeiras gigantes onde forram os seus ninhos com lixo e alimentam-se de restos de hambúrgueres e sandes”, descreve esta obra.

 

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Por Kate Baker (texto) e Gianluca Foli (ilustração), consultoria de Ricardo Rocha

Editora: Lonely Planet Kids

Preço: 16,89€

 

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Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.