Covão d'Ametade, na Serra da Estrela. Foto: Hurtuv/Wiki Commons

Oito sugestões de natureza para descobrir o Centro de Portugal

O turismo de natureza foi tema central na última edição da BTL-Feira Internacional de Turismo, que terminou este domingo, na FIL, em Lisboa. A Wilder esteve na BTL, a conhecer destinos de natureza que vale a pena visitar, de Norte a Sul do país.

 

Hoje, apresentamos-lhe oito propostas de locais e experiências para partir à descoberta do Centro de Portugal:

 

  1. Descubra as orquídeas silvestres das Serras d’Aire e Candeeiros:

No Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, estão registadas 27 espécies de orquídeas silvestres que florescem entre Março e Junho, o que corresponde a cerca de metade das orquídeas autóctones portuguesas. O melhor será fazer-se acompanhar por um guia especializado, mas antes de ir, prepare-se também com estas cinco pistas para encontrar orquídeas silvestres.

 

  1. Contemple os ‘cântaros’ da Serra da Estrela, no Covão d’Ametade:
Foto: Hurtuv/Wiki Commons

 

O Covão d’Ametade é uma antiga lagoa de origem glaciar situada a quase 1.500 metros de altitude, no sopé do maciço do Cântaro Magro, onde nasce o rio Zêzere. Aqui, podem fazer-se piqueniques e é permitido acampar. Ao mesmo tempo, é possível contemplar o afloramento granítico dos cântaros, nome pelo qual são conhecidos os diversos cumes da Serra da Estrela.

 

  1. Visite a Reserva da Biosfera do Paul do Boquilobo:
Colhereiro no Paul do Boquilobo. Foto: Fernando Canais/ICNF

 

Localizado entre os concelhos da Golegã e de Torres Novas, foi a primeira área portuguesa a fazer parte da Rede Mundial de Reservas da Biosfera da Unesco, sendo apontado como um exemplo das zonas húmidas de elevado valor. O Paul do Boquilobo ocupa uma área total de 5.896 hectares e inclui um observatório de aves e um centro de interpretação. Nesta área foram identificadas 317 espécies de plantas, 221 espécies de aves, 27 espécies de mamíferos e 13 espécies de anfíbios, entre outras. Mais informações aqui.

 

  1. Conheça a cultura dos avieiros na aldeia de Escaroupim:

A aldeia do Escaroupim tem um museu que presta homenagem aos avieiros, uma comunidade ribeirinha originária da Praia de Vieira de Leiria, que durante muitas décadas viveu (e ainda vive) em estreita relação com o rio Tejo. É na antiga escola primária desta aldeia avieira que se conta o percurso dos avieiros e se dá a conhecer a sua memória cultural. Ali perto, pode conhecer também uma casa típica, assente sobre estacas, no Núcleo Museológico da Casa Avieira.

 

  1. Viaje de balão no Centro Interpretativo do Vale Glaciar do Zêzere:

Na antiga Casa dos Guardas Florestais em Manteigas, é possível visitar o Vale Glaciar do Zêzere sem sair de dentro de quatro paredes. Tudo isto com a ajuda de um simulador que recria uma viagem de balão sobre aquela área, num percurso de 13 quilómetros, e ajuda a compreender o fenómeno da glaciação. Ali, conheça também melhor a fauna e flora do concelho e os percursos pedestres disponíveis. Fique a saber mais aqui.

 

  1. Percorra a Grande Rota do Zêzere:
Rio Zêzere. Foto: Duca 696/Wiki Commons

 

No total, são cerca de 370 quilómetros devidamente sinalizados, que começam no Covão d’Ametade e se estendem ao longo de uma paisagem dominada pelo Zêzere e pelas Aldeias do Xisto, até à localidade de Constância. Há percursos pedestres e também para BTT, que podem ser percorridos durante todo o ano, e estão previstas variantes para quando o caudal do rio é maior. Pode ser dividida em nove percursos mais pequenos, como se explica no site desta grande rota.

 

  1. Observe águias, abutres e cegonhas negras em Salvaterra do Extremo:
Cegonha negra. Foto: Frank Vasser

 

A poucos quilómetros de Espanha, as terras de Salvaterra do Extremo, Penha Garcia e Segura alojam grifos, águias-imperiais, abutres-pretos e cegonhas negras, que sobrevoam povoações e castelos seculares. Por ali, em pleno Parque Natural do Tejo Internacional, andam também veados selvagens. Aproveite e visite as aldeias históricas de Idanha-a-Velha e Monsanto e deslumbre-se com a paisagem que se avista desta última. Pode ainda conhecer uma parte dos 17 geomonumentos que fazem parte do Geopark Naturtejo.

 

  1. Banhe-se nas piscinas naturais das Montanhas Mágicas:

A Serra da Arada, no concelho de São Pedro do Sul, faz parte do maciço da Gralheira. Por aqui, pode banhar-se em inúmeras piscinas naturais, às quais a população local chama de ‘poços’: os Poços da Ponte Teixeira, o Poço Azul e os Poços do Paivô são alguns exemplos. E já que aqui está, desloque-se até à Serra da Freita, que fica já no Norte do país, mas faz também ela parte do território das Montanhas Mágicas. Aí, procure a Cascata do Poço do Linho, os Poços de Manhouce e outras piscinas e cascatas nascidas dos rios de montanha. Visite ainda as Pedras Parideiras e as pedras Boroas do Junqueiro, do Arouca Geopark. E se tiver tempo, parta à descoberta de outros pontos de interesse da Rota da Água e da Pedra.

 

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O Turismo de Natureza foi tema central da última edição da Feira Internacional de Turismo, que se realizou entre os dias 15 e 19 de Março nas instalações da FIL, no Parque das Nações. Ao longo desta semana, vamos dar-lhe a conhecer alguns dos locais e experiências que estiveram em destaque na BTL, de Norte a Sul do país.

No Norte de Portugal, conheça seis propostas de natureza.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.