Propostas dos leitores para um Inverno com mais natureza

A Wilder lançou o desafio na sua página do Facebook: o que há de melhor para ver e fazer no Inverno? Durante esta estação vamos publicar aqui as melhores propostas. As suas.

Observar pegadas de animais (Sandra Moutinho, Lisboa):

Uma das vantagens do Inverno em latitudes onde chove pouco é podermos observar pegadas de animais depois de ter chovido (à semelhança da observação de pegadas de aves limícolas nas margens estuarinas). Isto porque a terra amolece e transforma-se numa tela. Claro que muitas vezes estas pegadas apagam-se se chover demais. Mas se tivermos sorte, a terra ainda húmida ou já seca pode revelar muito sobre espécies nocturnas ou mais esquivas. Uma coisa que podemos fazer é retirar uma pegada e levar para casa para analisar – não é bem o mesmo que estar delapidar património natural 🙂

Gonçalo Calado:

Proponho ver as ondas da Nazaré, Praia do Norte; contemplar as searas verdes do Alentejo, entre Beja e Mértola; visitar a albufeira do Alqueva, super cheia a partir do castelo de Monsaraz e apreciar as fisgas de Ermelo com neve.

O amanhecer (Cátia Rosas, Lisboa):

Não gosto do frio. Com os dedos a queixarem-se, procuro o ténue calor dos raios. Talvez por isso, para começar bem o Inverno, recomendo que assista ao nascer do Sol. Em Lisboa, escolha um ponto alto dos Olivais. No meio dos prados, estará na primeira fila para apreciar a vista magnífica do astro a espreitar o Tejo. Depois, percorra aqueles espaços verdes até ao metro. Olhe para cima e admire as cores quentes das folhas dos plátanos, prestes a cair. No chão, procure os cogumelos que possam ter despontado. Junto ao metro, sente-se no muro e fixe o olhar nas árvores nuas e serenas, por onde pesam as roupas que passam numa azáfama apática. E naquele instante, em que o gelo dói, que dá por si a encurvar-se ainda mais, sorria ao avistar uma ave e deseje que ela leve o frio para outros lados e lembre-se que logo logo, essas árvores começarão a despontar as primeiras flores albas, cantando a Primavera.

[divider type=”thin”]Agora é a sua vez.

Envie-nos as suas propostas para o email: [email protected]

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.