Euchloe tagis, EBIO Ribeira de Quarteira. Foto: Albano Soares

Um passeio por entre as túlipas e as borboletas do Algarve

Nesta série “Passeios de Natureza”, na Wilder, descubra agora este percurso na Ribeira de Quarteira, em Albufeira (Algarve), pensado para que tire o máximo proveito do mundo natural. Esta é a segunda das três sugestões de Patrícia Garcia-Pereira, coordenadora da rede Estações da Biodiversidade, para esta Primavera.

 

A Estação da Biodiversidade (EBIO) Ribeira de Quarteira fica no Barrocal algarvio. Com o elevado caudal da ribeira nesta altura do ano é provável que não consiga atravessa-la junto à azenha. Deverá seguir o caminho sinalizado até à ponte e depois voltar para trás. Neste percurso estão em destaque as plantas e insetos característicos da faixa calcária do Algarve, coberta por matos mediterrânicos, a que chamamos Barrocal. Não deixe de registar as orquídeas e procure tirar fotografias também aos insetos, com destaque para os polinizadores.

Aqui ficam quatro espécies de plantas e quatro espécies de insectos que não pode perder neste percurso.

 

Iberis ciliata: endemismo ibérico com inflorescências de invulgar beleza.

Iberis ciliata, EBIO Ribeira de Quartejar. Foto: Rui Félix

 

Erva-vespa (Ophrys lutea): uma das diversas orquídeas que habitam o Barrocal Algarvio.

Ophrys lutea, Prainha de Portimão. Foto: Albano Soares

 

Planta-espelho (Ophrys speculum): mais uma vez, a forma da flor das orquídeas faz lembrar o corpo de um inseto, evidenciando o processo de co-evolução entre os dois seres vivos.

Ophrys speculum, Prainha de Portimão. Foto: Albano Soares

 

Túlipa (Tulipa sylvestris): a nossa única espécie silvestre de tulipas pode ser observada logo ao início da EBIO da Ribeira de Quarteira.

Tulipa sylvestris, EBIO Ribeira de Quarteira. Foto: Albano Soares

 

Rubi (Callophrys rubi): uma das borboletas mais abundantes na primavera em áreas de matos.

Callophrys rubi, Ribeira de Oeiras. Foto: Albano Soares

 

Abelha (Colletes sp.): uma das muitas abelhas silvestres da EBIO. É muito importante registar com fotografia estes himenópteros para conhecermos melhor a diversidade que existe em Portugal.

Colletes sp., EBIO Ribeira de Quarteira. Foto: Rui Félix

 

Tagis (Euchloe tagis): esta é a borboleta dos calcários que dá nome ao Centro de Conservação das Borboletas de Portugal. Está associada aos locais onde são abundantes as plantas hospedeiras do género Iberis, como é o caso desta EBIO. Também registada na EBIO do Pico Alto (Silves).

Euchloe tagis, EBIO Ribeira de Quarteira. Foto: Albano Soares

 

Borboleta-carnaval (Zerynthia rumina): uma das primeiras borboletas a voar no ano, sempre em áreas com matos.

Zerynthia rumina, Cachopo. Foto: Albano Soares

 

[divider type=”thick”]Série “Passeios de Primavera”:

Nesta Primavera, com a ajuda de especialistas no mundo natural, a Wilder vai sugerir-lhe alguns dos melhores passeios para ver de perto o que está a acontecer na natureza.

Para começar, conheça as flores da Serra de Montejunto e das Serras de Aire e Candeeiros.

Veja as garças-vermelhas do Baixo Vouga.

Dê um passeio por entre as borboletas e orquídeas junto ao mar, no Algarve.

Se tiver sugestões, pode enviar-nos texto e imagens para [email protected].

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.