Que espécie é esta: abelha Anthophora fulvitarsis

O leitor Miguel Hoeven pediu para saber a que espécie pertencem estas abelhas que encontrou perto de Torres Novas a 11 de Maio. Albano Soares responde.

“Venho observando, numa escarpa perto de onde agora moro (perto de Torres Novas), muitos buraquinhos idênticos na rocha, em dois grupos de várias dezenas cada. Hoje decidi ficar a observar, para ver se descobria os insectos que deles fazem uso, e vi várias abelhas de porte um pouco maior à abelha doméstica sobrevoando e entrando em vários buracos (também vi uma ou outra abelhita mais pequena). Uma pesquisa online levou-me a um artigo de 2016 anunciando a descoberta de uma nova espécie de abelha – Anthophora pueblo – que escava túneis no arenito para neles fazer o seu ninho. Estarão estas abelhas que encontrei relacionadas? Ou… Que espécie é esta? Será uma ‘espécie nova’?”, perguntou o leitor à Wilder.

Trata-se de uma abelha Anthophora fulvitarsis.

Espécie identificada por: Albano Soares, Rede de Estações da BiodiversidadeTagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

Anthophora pueblo não faz parte da fauna Europeia. Esta abelha é a Anthophora fulvitarsis e as colónias podem ter séculos de existência pois usam sempre o mesmo local”, explicou Albano Soares.

Esta espécie pertence ao género Anthophora, do qual fazem parte cerca de 400 espécies em todo o mundo.

Estas são abelhas solitárias e a maioria escava o seu ninho.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.