Que espécie é esta: abelha-carpinteira

A leitora Sandra Sequeira fotografou esta espécie a 12 de Dezembro de 2021 em Cunha Baixa, Mangualde, e pediu ajuda na identificação. Albano Soares responde.

“Estava a apanhar a roupa e num par de collants das minhas filhas, junto aos pés, ao colocar a minha mão assustei-me com algo que me tocou. De imediato larguei os collants, atirando ao chão… Sem qualquer intenção acabei por a ‘matar’…. Em tempos fui picada por uma igual, estava enrolada numa pequena rede finíssima e eu ao tentar libertá-la, e consegui, acabei picada. Será uma abelha carpinteira?”, perguntou a leitora à Wilder. 

Trata-se de uma abelha carpinteira (Xylocopa violacea).

Espécie identificada e texto por: Albano Soares, Rede de Estações da BiodiversidadeTagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

“É um macho de abelha-carpinteira (Xylocopa violacea)”, especificou Albano Soares.

Esta é a nossa maior abelha. É uma abelha solitária, ou seja, não vive em sociedade como a abelha do mel.

Como o nome comum indica, este insecto escava madeira para fazer túneis onde coloca os ovos em células alimentadas com pólen e néctar. Muitas vezes utiliza cavidades já abertas.

Os adultos invernam em buracos saindo aos primeiros dias de Sol, muitas vezes em Janeiro.

As abelhas carpinteiras são importantes polinizadores de árvores de fruto e de outras plantas.

É uma espécie muito pouco agressiva, só ferrando se manuseada.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.