Que espécie é esta: aranha caranguejeira

A leitora Marta Oliveira fotografou esta aranha a 1 de Junho em Vila Nova de Famalicão e quis saber a que espécie pertence. Pedro Sousa responde.

“Peço ajuda na identificação desta espécie. Foi fotografada a 1 de junho em Vila Nova de Famalicão. Pesquisei no Google lens e identificou como sendo a Xysticus croceus“, escreveu a leitora à Wilder.

Trata-se de uma aranha caranguejeira (família Thomisidae).

Espécie identificada e texto por: Pedro Sousa, investigador do CIBIO-InBIO (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos).

O exemplar é realmente uma aranha da família Thomisidae, as aranhas caranguejeiras.

Pelo aspecto geral e coloração parece ser um macho.

Claramente não se trata da espécie inquirida pela leitora, Xysticus croceus Fox, 1937 pois esta apenas ocorre na Ásia, com uma distribuição ampla que vai da índia ao Japão.

Na minha opinião não é possível dizer com certeza a que género pertence esta aranha.

Pode tratar-se de uma espécie do género Xysticus ou de géneros próximos (Bassaniodes, Psammitis, Spiracme), um grupo que conta com, pelo menos, 35 espécies diferentes na Península Ibérica.

Mas também pode tratar-se de uma espécie do género Ozyptila (género com cerca de 15 espécies diferentes na Península Ibérica).

Todas estas aranhas têm um aspecto geral semelhante, que as fotos da leitora, apesar de boas, não são suficientes para separar.

Por experiência pessoal as Xysticus são aranhas mais comuns, aliás, muito comuns, e normalmente também de maior dimensão.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.