Que espécie é esta: aranha-caranguejo-de-napoleão

A leitora Carla Marques fotografou esta aranha a 29 de Maio no seu jardim na Figueira da Foz e pediu ajuda para saber qual a espécie. Pedro Sousa responde.

“Recorro uma vez mais aos vossos préstimos tão importantes, no sentido de ficar a conhecer esta espécie de aranha detetada a 29.05.2022 no meu jardim, sita na Zona da Figueira da Foz. Desta feita, o espécime encontrava-se no já habitual habitat, o arbusto do rosmaninho. Graças a vós reparei que também estes indivíduos caçaram as suas presas sem usar uma teia…”, escreveu a leitora à Wilder.

Trata-se de uma aranha-caranguejo-de-napoleão (Synema globosum).

Espécie identificada e texto por: Pedro Sousa, investigador do CIBIO-InBIO (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos).

É uma aranha da família Thomisidae, as aranhas-caranguejeiras. Pertence à espécie Synema globosum, e que por vezes é chamada de Aranha-Caranguejo-de-Napoleão. 

Este nome vem do facto de, por vezes, a mancha do abdómen fazer supostamente lembrar a silhueta de Napoleão com o seu chapéu.

É uma espécie muito comum em Portugal, que captura as suas presas, muitas vezes polinizadores, junto a flores ou inflorescências, com os seus fortes dois primeiros pares de patas e sem o auxílio de teias.

A cor do abdómen das fêmeas adultas pode ser branco, amarelo, laranja ou vermelho, sempre com uma grande mancha central negra. 

Os machos, bastante menores, têm o o abdómen quase totalmente negro, ainda que seja possível discernir uma silhueta da mancha central.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.