Que espécie é esta: aranha-caranguejo-de-Napoleão

A leitora Carla Marques encontrou esta aranha na Figueira da Foz a 18 de Maio e pediu ajuda na identificação. Pedro Sousa responde.

“Tenho no jardim um arbusto de rosmaninho que faço questão de o manter frondoso, pois representa uma importante fonte de alimento para as abelhas que nos visitam de vez em quando, dou conta da existência de um ou outro residente. Desta feita, regressou a aranha cor de rosa que já havia estado por cá há uns anos, mas agora veio um novo residente que não sei identificar, podem-me ajudar?”, perguntou a leitora à Wilder.

Trata-se de uma aranha-caranguejo-de-Napoleão (Synema globosum).

Espécie identificada e texto por: Pedro Sousa, investigador do CIBIO-InBIO (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos).

É uma aranha da família Thomisidae, as aranhas-caranguejeiras. Pertence à espécie Synema globosum, e que por vezes é chamada de Aranha-Caranguejo-de-Napoleão.

Este nome vem do facto de, por vezes, a mancha do abdómen fazer supostamente lembrar a silhueta de Napoleão com o seu chapéu.

É uma espécie muito comum em Portugal, que captura as suas presas, muitas vezes polinizadores, junto a flores ou inflorescências, com os seus fortes dois primeiros pares de patas e sem o auxílio de teias.

A cor do abdómen das fêmeas adultas pode ser branco, amarelo, laranja ou vermelho, sempre com uma grande mancha central negra.

Os machos, bastante menores, têm o o abdómen quase totalmente negro, ainda que seja possível discernir uma silhueta da mancha central.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.