Que espécie é esta: aranha-de-veludo

A leitora Ana Dias encontrou esta aranha a 26 de Julho de 2018 em Évora, e pediu ajuda na identificação. Sérgio Henriques responde.

A aranha foi encontrada na quinta de Ana Dias, em Évora. “É habitual serem vistas aranhas grandes mas igual àquela foi a primeira vez. Nunca tinha visto uma igual”, escreveu a leitora à Wilder.

Trata-se de uma aranha do género Eresus.

Espécie identificada por: Sérgio Henriques, líder do grupo de especialistas em aranhas e escorpiões da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e especialista da Sociedade Zoológica de Londres.

Esta é uma fêmea do género Eresus de uma espécie não descrita para a qual só se conhece o macho, diz Sérgio Henriques.

As aranhas deste género são chamadas aranhas-de-veludo. São aranhas médias. Mas em algumas espécies as fêmeas podem ser consideradas grandes.

Na maioria das espécies os machos são vermelhos, com pintas negras. Mas também há espécies brancas e pretas ou amareladas.

Os machos chegam à maturidade sexual aos três anos de idade e as fêmeas aos quatro.

Quando atinge a maturidade, o macho sai do seu ninho durante uma ou duas semanas e muda-se para o ninho da fêmea. Uma vez aí, “defende-a” de outros machos e “canta” para ela – graças ao órgão estridulatório, semelhante ao dos grilos, e aos fios de seda que usa como se fossem cordas de uma guitarra -, a fim de acasalar.

Depois, a fêmea põe os ovos, cuida deles, alimenta as crias e, quando chega o Inverno, comete suicídio ritual. 

As crias saem do ninho na Primavera. Então constroem o seu próprio ninho e o ciclo recomeça, quatro anos depois.


Agora é a sua vez.

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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.


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Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.