Que espécie é esta: aranha do género Neottiura

A leitora Andreia Marques encontrou esta aranha em Évora a 18 de Abril e pediu ajuda na identificação. Pedro Sousa responde.

“Poderiam por favor ajudar-me a identificar esta espécie? Espero que a foto ajude. Foi tirada a 18 de Abril de 2022, dentro do meu sótão, em Évora. Desculpem, sei que não é a melhor foto, mas ela era muito rápida”, escreveu a leitora à Wilder.

Trata-se de uma aranha do género Neottiura.

Espécie identificada e texto por: Pedro Sousa, investigador do CIBIO-InBIO (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos).

É um macho adulto de Neottiura. São aranhas que pertencem à família Theridiidae. As aranhas desta família são muito comuns, normalmente pequenas e de várias formas e formatos.

Estas aranhas constroem teias de formato irregular. 

Há três espécies conhecidas deste género em Portugal. Não consigo determinar a espécie particular presente na foto. Mas deve ser uma destas duas: Neottiura uncinata ou Neottiura curvimana

Os machos adultos de Neottiura têm pedipalpos proporcionalmente muito grandes para o tamanho do corpo (há mais aranhas com esta caraterística), o que lhes pode dar um aspecto estranho.

Durante a época reprodutora é normal os machos deambularem à procura de fêmeas e, provavelmente, deve ser essa a razão para a ter encontrado no sótão, dado que não é uma espécie de aranha que associo normalmente ao interior das casas.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.